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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Bad Reputation - Joan Jett

Eu não to nem aí sobre a minha reputação
Você está vivendo no passado, está é a nova geração
Uma garota pode fazer o que ela quer fazer e isso
É o que vou fazer
E eu não to nem aí pra minha má reputação


Oh não, eu não.


E eu não to nem aí pra minha reputação
Nunca disse que eu queria melhorar minha condição social
E eu apenas estou fazendo bem
Quando estou me divertindo
E eu não tenho que agradar ninguém
E eu não to nem aí
Sobre minha má reputação


Oh não, eu não.
Oh não, eu não.


Eu não tô nem ai
Sobre minha reputação
Eu nunca tive medo de qualquer desvio
E eu realmente não ligo
Se você pensa que eu sou estranha
Eu não vou mudar
E nunca vou estar nem ai
Sobre minha má reputação


Oh não, eu não
Oh não, eu não


Pedalem garotos !


E eu não to nem aí
Sobre minha reputação
O mundo está em perigo
Não há comunicação
E todos podem dizer
O que eles querem dizer
Seja como for isso nunca vai melhorar
Então, por que eu deveria me importar
Sobre minha má reputação?
Oh não, eu não.
Oh não, eu não.


Eu não to nem aí sobre minha má reputação
Você está vivendo no passado
Essa é uma nova geração
E eu apenas me sinto bem
Quando eu não tenho dor
E é assim que eu vou ficar
E eu não to nem aí
Sobre minha má reputação


Oh não, eu não
Oh não, não
Eu não, eu não

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O ovo e a Galinha - Clarice Lispector

De manhã na cozinha sobre a mesa vejo o ovo.
Olho o ovo com um só olhar. Imediatamente percebo que não se pode estar vendo um ovo. Ver o ovo nunca se mantêm no presente: mal vejo um ovo e já se torna ter visto o ovo há três milênios. – No próprio instante de se ver o ovo ele é a lembrança de um ovo. – Só vê o ovo quem já o tiver visto. – Ao ver o ovo é tarde demais: ovo visto, ovo perdido. – Ver o ovo é a promessa de um dia chegar a ver o ovo. – Olhar curto e indivisível; se é que há pensamento; não há; há o ovo. – Olhar é o necessário instrumento que, depois de usado, jogarei fora. Ficarei com o ovo. – O ovo não tem um si-mesmo. Individualmente ele não existe.
Ver o ovo é impossível: o ovo é supervisível como há sons supersônicos. Ninguém é capaz de ver o ovo. O cão vê o ovo? Só as máquinas vêem o ovo. O guindaste vê o ovo. – Quando eu era antiga um ovo pousou no meu ombro. – O amor pelo ovo também não se sente. O amor pelo ovo é supersensível. A gente não sabe que ama o ovo. – Quando eu era antiga fui depositária do ovo e caminhei de leve para não entornar o silêncio do ovo. Quando morri, tiraram de mim o ovo com cuidado. Ainda estava vivo. – Só quem visse o mundo veria o ovo. Como o mundo o ovo é óbvio.
O ovo não existe mais. Como a luz de uma estrela já morta, o ovo propriamente dito não existe mais. – Você é perfeito, ovo. Você é branco. – A você dedico o começo. A você dedico a primeira vez.
Ao ovo dedico a nação chinesa.
O ovo é uma coisa suspensa. Nunca pousou. Quando pousa, não foi ele quem pousou. Foi uma coisa que ficou embaixo do ovo. – Olho o ovo na cozinha com atenção superficial para não quebrá-lo. Tomo o maior cuidado de não entendê-lo. Sendo impossível entendê-lo, sei que se eu o entender é porque estou errando. Entender é a prova do erro. Entendê-lo não é o modo de vê-lo. – Jamais pensar no ovo é um modo de tê-lo visto. – Será que sei do ovo? É quase certo que sei. Assim: existo, logo sei. – O que eu não sei do ovo é o que realmente importa. O que eu não sei do ovo me dá o ovo propriamente dito. – A Lua é habitada por ovos.
O ovo é uma exteriorização. Ter uma casca é dar-se.- O ovo desnuda a cozinha. Faz da mesa um plano inclinado. O ovo expõe. – Quem se aprofunda num ovo, quem vê mais do que a superfície do ovo, está querendo outra coisa: está com fome.
O ovo é a alma da galinha. A galinha desajeitada. O ovo certo. A galinha assustada. O ovo certo. Como um projétil parado. Pois ovo é ovo no espaço. Ovo sobre azul. – Eu te amo, ovo. Eu te amo como uma coisa nem sequer sabe que ama outra coisa. – Não toco nele. A aura de meus dedos é que vê o ovo. Não toco nele – Mas dedicar-me à visão do ovo seria morrer para a vida mundana, e eu preciso da gema e da clara. – O ovo me vê. O ovo me idealiza? O ovo me medita? Não, o ovo apenas me vê. É isento da compreensão que fere. – O ovo nunca lutou. Ele é um dom. – O ovo é invisível a olho nu. De ovo a ovo chega-se a Deus, que é invisível a olho nu. – O ovo terá sido talvez um triângulo que tanto rolou no espaço que foi se ovalando. – O ovo é basicamente um jarro? Terá sido o primeiro jarro moldado pelos etruscos ? Não. O ovo é originário da Macedônia. Lá foi calculado, fruto da mais penosa espontaneidade. Nas areias da Macedônia um homem com uma vara na mão desenhou-o. E depois apagou-o com o pé nu.
O ovo é coisa que precisa tomar cuidado. Por isso a galinha é o disfarce do ovo. Para que o ovo atravesse os tempos a galinha existe. Mãe é para isso. – O ovo vive foragido por estar sempre adiantado demais para a sua época. – O ovo por enquanto será sempre revolucionário. – Ele vive dentro da galinha para que não o chamem de branco. O ovo é branco mesmo. Mas não pode ser chamado de branco. Não porque isso faça mal a ele, mas as pessoas que chamam ovo de branco, essas pessoas morrem para a vida. Chamar de branco aquilo que é branco pode destruir a humanidade. Uma vez um homem foi acusado de ser o que ele era, e foi chamado de Aquele Homem. Não tinham mentido: Ele era. Mas até hoje ainda não nos recuperamos, uns após outros. A lei geral para continuarmos vivos: pode-se dizer “um rosto bonito”, mas quem disser “O rosto”, morre; por ter esgotado o assunto.
Com o tempo, o ovo se tornou um ovo de galinha. Não o é. Mas, adotado, usa-lhe o sobrenome. – Deve-se dizer “o ovo da galinha”. Se eu disser apenas “o ovo”, esgota-se o assunto, e o mundo fica nu. – Em relação ao ovo, o perigo é que se descubra o que se poderia chamar de beleza, isto é, sua veracidade. A veracidade do ovo não é verossímil. Se descobrirem, podem querer obrigá-lo a se tornar retangular. O perigo não é para o ovo, ele não se tornaria retangular. (Nossa garantia é que ele não pode: não poder é a grande força do ovo: sua grandiosidade vem da grandeza de não poder, que se irradia como um não querer.) Mas quem lutasse por torná-lo retangular estaria perdendo a própria vida. O ovo nos expõe, portanto, em perigo. Nossa vantagem é que o ovo é invisível. E quanto aos iniciados, os iniciados disfarçam o ovo.
Quanto ao corpo da galinha, o corpo da galinha é a maior prova de que o ovo não existe. Basta olhar para a galinha para se tornar óbvio que o ovo é impossível de existir.
E a galinha? O ovo é o grande sacrifício da galinha. O ovo é a cruz que a galinha carrega na vida. O ovo é o sonho inatingível da galinha. A galinha ama o ovo. Ela não sabe que existe o ovo. Se soubesse que tem em si mesma o ovo, perderia o estado de galinha. Ser galinha é a sobrevivência da galinha. Sobreviver é a salvação. Pois parece que viver não existe. Viver leva a morte. Então o que a galinha faz é estar permanentemente sobrevivendo. Sobreviver chama-se manter luta contra a vida que é mortal. Ser galinha é isso. A galinha tem o ar constrangido.
É necessário que a galinha não saiba que tem um ovo. Senão ela se salvaria como galinha, o que também não é garantido, mas perderia o ovo. Então ela não sabe. Para que o ovo use a galinha é que a galinha existe. Ela era só para se cumprir, mas gostou. O desarvoramento da galinha vem disso: gostar não fazia parte de nascer. Gostar de estar vivo dói. – Quanto a quem veio antes, foi o ovo que achou a galinha. A galinha não foi sequer chamada. A galinha é diretamente uma escolhida. – A galinha vive como em sonho. Não tem senso de realidade. Todo o susto da galinha é porque estão sempre interrompendo o seu devaneio. A galinha é um grande sono. – A galinha sofre de um mal desconhecido. O mal desconhecido é o ovo. – Ela não sabe se explicar: “ sei que o erro está em mim mesma”, ela chama de erro a vida, “não sei mais o que sinto”, etc.
“Etc., etc., etc.,” é o que cacareja o dia inteiro a galinha. A galinha tem muita vida interior. Para falar a verdade a galinha só tem mesmo é vida interior. A nossa visão de sua vida interior é o que chamamos de “galinha”. A vida interior na galinha consiste em agir como se entendesse. Qualquer ameaça e ela grita em escândalo feito uma doida. Tudo isso para que o ovo não se quebre dentro dela. Ovo que se quebra dentro de galinha é como sangue.
A galinha olha o horizonte. Como se da linha do horizonte é que viesse vindo um ovo. Fora de ser um meio de transporte para o ovo, a galinha é tonta, desocupada e míope. Como poderia a galinha se entender se ela é a contradição de um ovo? O ovo ainda é o mesmo que se originou na Macedônia. A galinha é sempre tragédia mais moderna. Está sempre inutilmente a par. E continua sendo redesenhada. Ainda não se achou a forma mais adequada para uma galinha. Enquanto meu vizinho atende ao telefone ele redesenha com lápis distraído a galinha. Mas para a galinha não há jeito: está na sua condição não servir a si própria. Sendo, porém, o seu destino mais importante que ela, e sendo o seu destino o ovo, a sua vida pessoal não nos interessa.
Dentro de si a galinha não reconhece o ovo, mas fora de si também não o reconhece. Quando a galinha vê o ovo pensa que está lidando com uma coisa impossível. É com o coração batendo, com o coração batendo tanto, ela não o reconhece.
De repente olho o ovo na cozinha e vejo nele a comida. Não o reconheço, e meu coração bate. A metamorfose está se fazendo em mim: começo a não poder mais enxergar o ovo. Fora de cada ovo particular, fora de cada ovo que se come, o ovo não existe. Já não consigo mais crer num ovo. Estou cada vez mais sem força de acreditar, estou morrendo, adeus, olhei demais um ovo e ele me foi adormecendo.
A galinha não queria sacrificar a sua vida. A que optou por querer ser “feliz”. A que não percebia que, se passasse a vida desenhando dentro de si como numa iluminura o ovo, ela estaria servindo. A que não sabia perder-se a si mesma. A que pensou que tinha penas de galinha para se cobrir por possuir pele preciosa, sem entender que as penas eram exclusivamente para suavizar, a travessia ao carregar o ovo, porque o sofrimento intenso poderia prejudicar o ovo. A que pensou que o prazer lhe era um dom, sem perceber que era para que ela se distraísse totalmente enquanto o ovo se faria. A que não sabia que “eu” é apenas uma das palavras que se desenham enquanto se atende ao telefone, mera tentativa de buscar forma mais adequada. A que pensou que “eu” significa ter um si-mesmo. As galinhas prejudiciais ao ovo são aquelas que são um “eu” sem trégua. Nelas o “eu” é tão constante que elas já não podem mais pronunciar a palavra “ovo”. Mas, quem sabe, era disso mesmo que o ovo precisava. Pois se elas não estivessem tão distraídas, se prestassem atenção à grande vida que se faz dentro delas, atrapalhariam o ovo.
Comecei a falar da galinha e há muito já não estou falando mais da galinha. Mas ainda estou falando do ovo.
E eis que não entendo o ovo. Só entendo o ovo quebrado: quebro-o na frigideira. É deste modo indireto que me ofereço à existência do ovo: meu sacrifício é reduzir-me à minha própria vida pessoal. Fiz do meu prazer e da minha dor o meu destino disfarçado. E ter apenas a própria vida é, para quem viu o ovo, um sacrifício. Como aqueles que, no convento, varrem o chão e lavam a roupa, servindo sem a glória de função maior, meu trabalho é o de viver os meus prazeres e as minhas dores. É necessário que eu tenha a modéstia de viver.
Pego mais um ovo na cozinha, quebro-lhe a casca e forma. E a partir deste instante exato nunca existiu um ovo. É absolutamente indispensável que eu seja uma ocupada e uma distraída. Sou indispensavelmente um dos que renegam. Faço parte da maçonaria dos que viram uma vez o ovo e o renegam como forma de protegê-lo. Somos os que se abstêm de destruir, e nisso se consomem. Nós, agentes disfarçados e distribuídos pelas funções menos reveladoras, nós às vezes nos reconhecemos. A um certo modo de olhar, há um jeito de dar a mão, nós nos reconhecemos e a isto chamamos de amor. E então, não é necessário o disfarce: embora não se fale, também não se mente, embora não se diga a verdade, também não é necessário dissimular. Amor é quando é concedido participar um pouco mais. Poucos querem o amor, porque o amor é a grande desilusão de tudo o mais. E poucos suportam perder todas as outras ilusões. Há os que voluntariam para o amor, pensando que o amor enriquecerá a vida pessoal. É o contrário: amor é finalmente a pobreza. Amor é não ter. Inclusive amor é a desilusão do que se pensava que era amor. E não é prêmio, por isso não envaidece, amor não é prêmio, é uma condição concedida exclusivamente para aqueles que, sem ele, corromperiam o ovo com a dor pessoal. Isso não faz do amor uma exceção honrosa; ele é exatamente concedido aos maus agentes, àqueles que atrapalhariam tudo se não lhes fosse permitido adivinhar vagamente.A todos os agentes são dadas muitas vantagens para que o ovo se faça. Não é o caso de se ter inveja pois, inclusive algumas das condições, piores do que as dos outros, são apenas as condições ideais para o ovo. Quanto ao prazer dos agentes, eles também o recebem sem orgulho. Austeramente vivem todos os prazeres: inclusive é o nosso sacrifício para que o ovo se faça. Já nos foi imposta, inclusive uma natureza adequada a muito prazer. O que facilita. Pelo menos torna menos penoso o prazer.
Há casos de agentes que se suicidam: acham insuficientes as pouquíssimas instruções recebidas e se sentem sem apoio. Houve o caso do agente que revelou publicamente ser agente porque lhe foi intolerável não ser compreendido, e ele não suportava mais não ter o respeito alheio: morreu atropelado quando saía de um restaurante. Houve um outro que nem precisou ser eliminado: ele próprio se consumiu lentamente na sua revolta, sua revolta veio quando ele descobriu que as duas ou três instruções recebidas não incluíam nenhuma explicação. Houve outro também eliminado, porque achava que “a verdade deve ser corajosamente dita”, e começou em primeiro lugar a procurá-la; dele se disse que morreu em nome da verdade com sua inocência; sua aparente coragem era tolice, e era ingênuo o seu desejo de lealdade, ele compreendera que ser leal não é coisa limpa, ser leal é ser desleal para com todo o resto. Esses casos extremos de morte não são por crueldade. É que há um trabalho, digamos cósmico, a ser feito, e os casos individuais infelizmente não podem ser levados em consideração. Para os que sucumbem e se tornam individuais é que existem as instituições, a caridade, a compreensão que não discrimina motivos, a nossa vida humana enfim.
Os ovos estalam na frigideira, e mergulhada no sonho preparo o café da manhã. Sem nenhum senso da realidade, grito pelas crianças que brotam de várias camas, arrastam cadeiras e comem, e o trabalho do dia amanhecido começa, gritado e rido e comido, clara e gema, alegria entre brigas, dia que é o nosso sal e nós somos o sal do dia, viver é extremamente tolerável, viver ocupa e distrai, viver faz rir.
E me faz sorrir no meu mistério. O meu mistério é que eu ser apenas um meio, e não um fim, tem-me dado a mais maliciosa das liberdades: não sou boba e aproveito. Inclusive, faço um mal aos outros que, francamente. O falso emprego que me deram para disfarçar a minha verdadeira função, pois aproveito o falso emprego e dele faço o meu verdadeiro; inclusive o dinheiro que me dão como diária para facilitar a minha vida de modo a que o ovo se faça, pois esse dinheiro eu tenho usado para outros fins, desvio de verba, ultimamente comprei ações na Brahma e estou rica. A isso tudo ainda chamo de ter a necessária modéstia de viver. E também o tempo que me deram, e que nos dão apenas para que no ócio honrado o ovo se faça, pois tenho usado esse tempo para prazeres ilícitos e dores ilícitas, inteiramente esquecida do ovo. Esta é a minha simplicidade.
Ou é isso mesmo que eles querem que me aconteça, exatamente para que o ovo se cumpra? É liberdade ou estou sendo mandada? Pois venho notando que tudo que é erro meu tem sido aproveitado. Minha revolta é que para eles eu não sou nada, eu sou apenas preciosa: eles cuidam de mim segundo por segundo, com a mais absoluta falta de amor; sou apenas preciosa. Com o dinheiro que me dão, ando ultimamente bebendo. Abuso de confiança? Mas é que ninguém sabe como se sente por dentro aquele cujo emprego consiste em fingir que está traindo, e que termina acreditando na própria traição. Cujo emprego consiste em diariamente esquecer. Aquele de quem é exigida a aparente desonra. Nem meu espelho reflete mais um rosto que seja meu. Ou sou um agente, ou é a traição mesmo.
Mas durmo o sono dos justos por saber que minha vida fútil não atrapalha a marcha do grande tempo. Pelo contrário: parece que é exigido de mim que eu seja extremamente fútil, é exigido de mim inclusive que eu durma como justo. Eles me querem preocupada e distraída, e não lhes importa como. Pois, com minha atenção errada e minha tolice grave, eu poderia atrapalhar o que se está fazendo através de mim. É que eu própria, eu propriamente dita, só tenho mesmo servido para atrapalhar. O que me revela que talvez eu seja um agente é a idéia de que meu destino me ultrapassa: pelo menos isso eles tiveram mesmo que me deixar adivinhar, eu era daqueles que fariam mal o trabalho se ao menos não adivinhassem um pouco; fizeram-me esquecer o que me deixaram adivinhar, mas vagamente ficou-me a noção de que meu destino me ultrapassa, e de que sou instrumento do trabalho deles. Mas de qualquer modo era só instrumento que eu poderia ser, pois o trabalho não poderia ser mesmo meu. Já experimentei me estabelecer por conta própria e não deu certo; ficou-me até hoje essa mão trêmula. Tivesse eu insistido um pouco mais e teria perdido para sempre a saúde. Desde então, desde essa malograda experiência, procuro raciocinar desse modo: que já me foi dado muito, que eles já me concederam tudo o que pode ser concedido; e que os outros agentes, muito superiores a mim, também trabalharam apenas para o que não sabiam. E com as mesmas pouquíssimas instruções. Já me foi dado muito; isto, por exemplo: uma vez ou outra, com o coração batendo pelo privilégio, eu pelo menos sei que não estou reconhecendo! Com o coração batendo de emoção, eu pelo menos não compreendo! Com o coração batendo de confiança, eu pelo menos não sei.
Mas e o ovo? Este é um dos subterfúgios deles: enquanto eu falava sobre o ovo, eu tinha esquecido do ovo. “Falai, falai”, instruíram-me eles. E o ovo fica inteiramente protegido por tantas palavras. Falai muito, é uma das instruções, estou tão cansada.
Por devoção ao ovo, eu o esqueci. Meu necessário esquecimento. Meu interesseiro esquecimento. Pois o ovo é um esquivo. Diante de minha adoração possessiva ele poderia retrair-se e nunca mais voltar. Mas se ele for esquecido. Se eu fizer o sacrifício de esquecê-lo. Se o ovo for impossível. Então – livre, delicado, sem mensagem alguma para mim – talvez uma vez ainda ele se locomova do espaço até esta janela que desde sempre deixei aberta. E de madrugada baixe no nosso edifício. Sereno até a cozinha. Iluminando-a de minha palidez.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Somewhere Over The Rainbow

Em Algum Lugar Além do Arco-íris
Em algum lugar além do arco-íris
Bem lá no alto
E os sonhos
Que você sonhou
Se tornaram uma canção de ninar


Em algum lugar além do arco-íris
Os pássaros azuis voam
E os sonhos
Que você sonhou
Se tornam realidade


Algum dia
Eu queria que uma estrela
Atendesse meu pedido
Me levando para o além das nuvens
Deixando tudo para trás
Onde os problemas derretem
Como balas de limão
No topo das chaminés
É onde você vai me encontrar


Em algum lugar além do arco-íris
Os pássaros azuis voam
E os sonhos
Que você ousou
Oh, porque, oh porque eu não posso?


Bem, eu vejo
O verde das árvores
E rosas vermelhas também
Eu verei elas florescerem
Para nós
E eu penso comigo
Que mundo maravilhoso!


Bem, eu vejo
Céu azul
E nuvens brancas
O brilho do dia
Eu gosto do escuro
E penso comigo
Que mundo maravilhoso!



As cores do arco-íris
Tão lindas no céu
Estão também nos rostos
Das pessoas caminhando
Eu vejo amigos de mãos dadas
Dizendo: como você vai?
Eles realmente dizem
Eu amo você



Eu ouço bebês chorando
Eu vejo eles crescendo
Eles aprenderão mais
Do que realmente sabem
E eu penso comigo
Que mundo maravilhoso!


Algum dia
Eu queria que uma estrela
Atendesse meu pedido
Me levando para o além das nuvens
Deixando tudo para trás
Onde os problemas derretem
Como balas de limão
No topo das chaminés
É onde você vai me encontrar


Em algum lugar além do arco-íris
Bem lá em cima,
E os sonhos
Que você ousou
Oh, porque, oh porque eu não posso?

O abismo

Ele simplesmente está lá: impassível.

Chamando por mim, atraindo-me de todas as formas humanas possíveis.

E mesmo que eu resista, de certa maneira eu sinto que acabarei escorregando em direção a ele.

O tempo escorre lentamente pelos meus dedos e com ele se esvai as minhas possibilidades.

Dizem que só tentando poderemos saber se dará certo ou não.

Ok

Eu estou indo a direção de um abismo e me atirarei em queda livre.

Sem pára-quedas.

A única coisa que me sustentará é a esperança de conseguir voar sozinha.

É, eu consigo.

Summus Jus, Summa Injuria

Tradução: Supremo direito, suprema injustiça.

Hey, diga-me: você já pensou sobre isso?
Ah é mesmo, você não cogita nenhuma possibilidade de erro em meio aos seus consistentes argumentos.
Bem, desculpe a minha insolência, mas gostaria de poder exprimir minhas opiniões sem uma possibilidade de resposta sua – porque acredite: eu já decorei todas as suas possíveis argumentações.
Você é estúpido e ignorante. Possui um bom coração, tem bons sentimentos, mas infelizmente, isso não é o suficiente.

E sabe o que é pior?

O fato de que eu me importo. Por que, acredite ou não, um dia você foi a mais perfeita personificação do meu maior super herói. Você recebeu minha admiração e eu me espelhava no que você era e dizia. Nossas conversas eram engraçadas, leves.
Uma relação tão comum, tão simples como respirar e então foi como se a atmosfera tivesse sumido.
Você se curvou diante da manipulação do dinheiro e do poder. Sua ambição roubou a garra e a humilde felicidade que você tinha. E então, ao invés de elevar seus conhecimentos a um nível que elevasse também a sua alma, você estabeleceu um muro entre o “cômodo” e o “admirável”. Você se tornou mais uma de tantas dessas pessoas frias e infelizes e o pior é que você age como se fosse apenas uma vitima. E talvez seja.
Apesar de tudo, eu não o culpo, porque é essa atitude que a maioria das pessoas tomam, tentando achar um lugar fácil de se sobreviver nesse mundo violento e complicado. Então elas simplesmente assassinam o mínimo do bom-senso que deveriam ter e acabam se curvando, caindo e quebrando diante do que parece mais confortável.
Você e sua estúpida visão do mundo sugaram todas as mínimas possibilidades de uma suposta futura verdadeira felicidade.
E quer saber? Não importa o quanto você trabalhe ou o quanto conquiste mulheres ao redor do mundo, você continuará sendo infeliz.Porque mesmo que você seja inteligente ou rico, ainda continuará ignorante perante os seus sentimentos. Você não sabe o que é o amor, e você não conhece o significado da palavra “determinação”. Você se engana com pequenos instantes de um prazer plastificado, quase tão artificial quanto uma nota de 3 reais.
Entretanto, tudo isso não é suficiente para exterminar o que eu sinto por você. Eu ainda o admiro e ainda o amo, apesar de deixar isso adormecido para o meu próprio bem.
Eu sei que você vai sofrer e eu sei que você irá ascender socialmente muito rápido. Bem, uma coisa leva a outra. Você pode até alcançar seus objetivos, mas nunca vai se sentir inteiramente completo. Vai faltar aquela parte de você, que você mesmo ignorou. E talvez nesse dia, você se dê conta de tudo que eu falei. Ou talvez você simplesmente continue ignorando até que esteja dentro de um adorável caixão forte o suficiente para impedi-lo de agüentar a si mesmo por mais alguns anos. E daí ninguém vai se importar em saber sobre quem você foi ou o que você fez, porque você vai ter sido apenas mais um. Seus filhos provavelmente terão problemas de identidade e carência, e todas suas esposas provavelmente brigarão por seus bens, lembrando-se mais do seus carros do que de suas palavras.

Peço minhas mais humildes desculpas por não querer ter um futuro tão promissor quanto o seu. Peço desculpas também por querer jogar minha vida fora em uma profissão que eu amarei ou por não saber me vestir direito. E também me desculpe por não querer gastar meu tempo em busca de uma estúpida quantia de dinheiro mais alta do que a que eu necessito. Aliás, me desculpe por ser tão diferente de você e por querer fazer muito mais do que apenas me fechar no meu “cômodo mundinho”.

Sinceramente?

Pare de tentar me consertar, porque não sou eu que estou quebrada.

Equalize - Pitty

Às vezes se eu me distraio, se não me vigio um instante, me transporto pra perto de você. Já vi que não posso ficar tão solta: me vem logo aquele cheiro que passa de você pra mim num fluxo perfeito...

Enquanto você conversa e me beija ao mesmo tempo eu vejo as suas cores no seu olho tão de perto. Me balanço devagar, como quando você me embala, o ritmo rola fácil... Parece que foi ensaiado e eu acho que gosto mesmo de você, bem do jeito que você é.

Eu vou equalizar você, pra uma freqüência que só a gente sabe.
Eu te transformei nessa canção, pra poder te gravar em mim.

Adoro essa sua cara de sono e o timbre da sua voz que fica me dizendo coisas tão malucas, e que quase me mata de rir quando tenta me convencer que eu só fiquei aqui porque nós dois somos iguais.Até parece que você já tinha o meu manual de instruções, porque você decifra os meus sonhos, porque você sabe o que eu gosto e porque quando você me abraça o mundo gira devagar...

E o tempo é só meu ele que registra a cena, de repente vira um filme todo em câmera lenta, e eu acho que gosto mesmo de você bem do jeito que você é.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Luzes, Natal e Chuva

Eu não consigo encontrar as palavras certas para descrever esse natal. Isso é estranho. Aliás, esse natal foi estranho.
É a primeira vez que eu não monto a árvore ou coloco o papai Noel na janela. É também, a primeira vez em que eu não me sinto culpada por isso.

Não compreendo.

Esse ano eu não fiz ninguém pôr as pequenas “luzinhas” na parede e nem fiquei esperando ansiosamente pela data. Não acordei com aquele frio na barriga e também não vi o filme “Esqueceram de mim” na sessão da tarde.
Mas como é que isso não me afetou? Por algum motivo eu estou acomodada com toda essa historia... Vi a minha família reunida, ganhei alguns presentes e passei o dia todo amaldiçoando o aquecimento global por ter me trazido essa temperatura irritante do verão. E, de quebra, ainda ganhei essa linda chuva no começo da madrugada.
Não posso dizer que foi o natal perfeito, mas chegou bem perto.
E agora, quando me disponho a pensar no assunto, percebo que muita coisa mudou desde o natal passado. Talvez seja por isso que eu estranhe tanto: eu não sou a mesma.
Eu sou um fantasma do que eu costumava ser.
E, cara, isso é tão bom, porque eu sempre esperei por esse momento.
E ele chegou assim, sem nem ser convidado, logo quando eu menos queria.
O primeiro natal em que eu não lamento por um ano quase terminado – ao contrário: fico feliz em lembrá-lo.
A chuva me fez bem, o natal me fez bem, as luzes das casas alheias me fez bem, os programas de natal na televisão me fizeram bem, o sorriso das minhas sobrinhas me fez bem, o panetone me fez bem... O simples fato de estar viva me faz bem.

Essa sou eu? Aquela garotinha nerd-melancólica está... Tranqüila?

Esse, definitivamente, é o natal mais estranho da minha vida.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Anacronismo




Ao que tudo indica, eu executo a arte de ter nascido na época errada.

É, acho que isso explica muita coisa. Quer dizer, eu nunca fui muito adepta de coisas modernas. Celulares, músicas, roupas, costumes, gírias, lugares, arquitetura, estilos, leis, comportamento e até mesmo fatores climáticos são algumas das coisas que sempre me deixaram instigada.

Sempre me senti deslocada na maioria dos lugares.

Talvez isso tenha contribuído para que eu fosse me refugiar nos livros e trocar uma vida real por meu mundo imaginário. É como se eu pertencesse a um outro tempo, a uma outra vida. Um lugar onde não exista a telecomunicação exagerada ou o uso constante da tecnologia. Um lugar que se parece muito com o século XVIII, usando roupas que se assemelham muito com vestido pesados e sombrios. Talvez eu pertença a uma época que valorize coisas que se banalizaram com o passar dos anos, como por exemplo, a beleza do conhecimento, a valorização da infância, o comportamento recatado, a sede de desvendar mistérios, o prazer da musica clássica ou da poesia antiga.

Queria poder voltar aos séculos passados e escolher um lugar que eu possa chamar de meu.Sem essa história de GPS, Computadores, Células Tronco, Malícia, Funck, Promiscuidade, Engarrafamento ou Ambição.

Queria poder andar pelas ruas sem essa violência exagerada ou essa poluição que me impede de respirar adequadamente.

Será que alguém pode me dar um motivo para ter nascido em uma época tão desastrosa?

Porque, sinceramente, isso é muito injusto.

1+2=0

Muitas pessoas haviam me dito que a conta teria esse resultado, mas eu ignorei.

Nunca gostei de matemática e nunca tive a mínima vontade de aprender a usa-la.

Quem diria que ela seria importante? Bem, aí está.

Matematicamente comprovado, 1+2 é igual a zero.

Zero.

Zero.

Zero.

Um grande, redondo, irritante e terrivelmente irreversível zero.

Odeio matemática.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Mais uma Divagação

“Se você quer divulgar algo, então divulgue a música! Dê importância a musica, faça marketing dela, promova o que nós tocamos e não a sua genitália”.– Joan Jett, no filme “The Runaways”

Essa é uma frase que ficará nas minhas preferidas.

Joan Jett podia ser bêbada, drogada, fumada, bissexual, selvagem e completamente irresponsável, mas ela tinha determinação. E hoje, se você procurar na wikipedia, ela esta na lista dos 100 melhores guitarristas do mundo. Ela foi uma das poucas mulheres que superaram as malditas barreiras da padronização masculina, tornando o rock adepto de mulheres também, sem falar que ela naturalmente se enquadra num dos maiores movimentos musicais feministas dos últimos tempos: Riot Grrrl –(http://pt.wikipedia.org/wiki/Riot_Grrrl) - .
Bom, não importa se ela foi boa moça ou não. O importante é que, depois de ter assistido esse filme, algo reacendeu dentro de mim. A revolta delas com o sistema machista, a rebeldia, a paixão pelo rock, a pressão de todo mundo que duvidava do sucesso, fez com que eu lembrasse do tempo em que queria tocar guitarra e ter uma banda ao melhor estilo violento da palavra. Pra falar a verdade, acho que toda garota já sonhou em ser uma guitarrista problemática e profunda, com coleiras de espinhos e roupas pretas, andando por ai com suas guitarras no corpo, uma maquiagem pesada nos olhos, o cabelo picotado e uma camiseta com um “Fuck you” bem grande e vermelho na frente.

A questão é que, não importa se você é politicamente correto. Isso não muda seu caráter ou afoga seus sonhos. O que realmente importa é você se dedicar ao que ama, é lutar pelo que quer, sem se deixar cair. Foi isso que as “Runaways” fizeram. Foi isso que todo grande líder fez e é isso que nós deveríamos fazer.

Audácia, onde está você?

sábado, 11 de dezembro de 2010

Sejamos Honestos

Eu não quero o seu bem.

E eu escrevo isso hoje, com a alma limpa e o coração leve, admitindo que eu não me importo com a sua felicidade. Não lhe desejo um bom ano novo e não espero que você tenha sorte. A verdade, bom, a verdade é que eu quero que você sofra. Quero que você sangre de tanta dor, quero que você não suporte estar vivo. Eu espero, com todo o meu amor, que você caia em um poço muito fundo e não consiga sair de lá sem seus próprios esforços.
Eu não quero saber de desculpas ou motivos altruístas. Eu não espero por nada que venha de você, nem mesmo um olhar.
Eu poderia desejar sua morte, mas eu não sou tão sádica. Ao contrário de você, eu tenho sentimentos. Por isso eu desejo tanto o seu mal. Eu quero que você se esfole até que suas veias estejam jogadas no chão sujo, eu espero que você rasteje nas sombras e sofra. Sofra! Pelo amor de Deus, sofra! Ao menos uma vez, se deixe sentir dor. Se deixe sofrer, se deixe ser triste.

Mas não, eu não desejo sua morte.

Por que apesar de tudo, eu quero que você esteja vivo daqui há algum tempo, quando tudo isso da dor já tiver passado e você tiver amadurecido e virado adulto, eu espero então que você olhe pra trás e se arrependa. Se arrependa de tudo, absolutamente tudo. Todo o tempo que desperdiçou fingindo ser alguém que não era. E eu espero, sinceramente, que você sofra de novo por ter sido burro. Eu quero que você aprenda da pior forma possível.
Nada mais justo, uma vez que você errou da pior forma possível.Ou será que eu deveria dizer “vocês”? Faz sentido. Quer dizer, já que isso nunca se passou singularmente. Não, sempre foi no plural.
Eu deveria ter me referido desde o começo a “vocês”.Sim, esse foi o meu erro: separar o que era inseparável. Duas partes bem distintas de mim, com nome, cpf e personalidades próprias.

Bem, eu não preciso de vocês.

Aliás, eu preciso.

Mas se eu vou ter que deixa-los ir, então terei que deixar-me ir também, doa o que doer.

E isso meus caros, se chama amor-próprio.

Bom, era isso. Até nunca mais e boa noite.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

De bobeira...

As vezes, quando eu to de saco cheio de tudo, gosto de ficar dando uma olhada nos livros ja lidos por mim. E eu fico ali, por horas, apenas me lembrando de como me sentia quando lia a história.
E bom, esses dias eu resolvi reler algumas partes do "Morro dos ventos uivantes" e consegui me lembrar do porquê de amar tanto essa história. Talvez seja o clima mórbido ou o humor sádico dos personagens. Principalmente o humor da Cathy. Por Deus, ela é um monstro egoísta e estúpido que desiste do Heatchcliff por causa de motivos idiotas que a levam a ter uma vida "mais fácil"! E o mais lindo, é que apesar de toda a maldade e a loucura, ela tem sentimentos.

Ela sofre.

Talvez isso que mais me encante no livro:todos os problemas psicológicos que ficam subentendidos no comportamento de cada personagem.

Então, devido a isso, vou postar o trecho lindo que eu li - e que, na minha humilde opinião, é a melhor coisa que a Cathy fala em todas as 428 páginas do livro.

"[...]Catherine tinha, naquela noite, um aspecto sombrio e nada comum, que
me fazia temer e profetizar algo terrível. Ficou irritada comigo, mas não
insistiu. Aparentemente mudando de assunto, continuou:
— Se eu estivesse no céu, Nelly, sentir-me-ia muito mal.
— É porque você não o merece — respondi. — Todos os pecadores se
sentiriam mal no céu.
— Mas não é por isso. Uma vez sonhei que estava lá.
— Já lhe disse que não quero saber dos seus sonhos, Srta. Catherine!
Vou para a cama — ameacei.

Ela riu e segurou-me, pois fiz menção de me levantar.

— Não é nada — disse ela. — Só lhe ia contar que para mim não
parecia ser o céu e que eu chorava desesperadamente, querendo voltar para a
terra. Os anjos ficaram tão zangados comigo, que me jogaram bem em cima
do Morro dos Ventos Uivantes, onde eu acordei soluçando de alegria. Isso
me servirá para explicar o meu segredo. Não tenho mais razão para casar com
Edgar Linton do que para estar no céu e, se esse homem perverso que é o
meu irmão não tivesse feito Heathcliff descer tanto, eu nem teria pensado
nisso. Mas agora eu me degradaria se casasse com Heathcliff, por isso ele
nunca há de saber o quanto o amo: e não porque ele seja belo, Nelly, mas por
ele ser mais eu do que eu própria. Não sei de que são feitas as nossas almas,
mas elas são iguais; e a de Linton é tão diferente da minha quanto um raio de
lua é diferente de um relâmpago, ou o fogo da geada.
[...]- Não sei expressar-me bem; mas, sem dúvida, você e todo o mundo têm noção de que há ou deverá haver uma existência para além de nós. Qual seria o sentido de eu ter sido criada, se estivesse contida apenas em mim mesma? Os grandes desgostos que tive foram os desgostos de Heathcliff, e eu senti cada um deles desde o início: o que me faz viver é ele. Se tudo o mais acabasse e ele permanecesse, eu continuaria a existir; e, se tudo o mais permanecesse e ele fosse aniquilado, eu não me sentiria mais parte do universo. Meu amor por Linton é como a folhagem de um bosque: o tempo o transformará, tenho a certeza, da mesma forma que o inverno transforma o arvoredo. O meu amor por Heathcliff lembra as rochas eternas: proporciona uma alegria pouco visível, mas é necessário. Nelly, eu sou Heathcliff! Ele está sempre, mas sempre, no meu pensamento; não como uma fonte de satisfação, que eu também não sou para mim mesma, mas como eu própria. Por isso, não torne a falar da nossa separação:ela é impossível e. . .

Fez uma pausa e escondeu o rosto nas pregas do meu vestido, mas eu a
afastei. Não tinha paciência com a sua falta de juízo!"



Sério, como alguém pôde ter escrito algo tão perfeito?

Feeling Sorry

We still live in the same town, well, don't we?
But I don't see you around anymore.
I go to all the same places, not even a trace of you...
Your days are numbered at 24.
And I'm getting bored waiting round for you,
We're not getting any younger, and I
Won't look back 'cause there's no use
It's time to move forward!

I feel no sympathy,
You lived inside a cave!
You barely get by the rest of us,
You're trying, there's no need to apologize,
I've got no time for feeling sorry!

I tried not to think of what might happen,
When your reality, finally, cuts through.
Well, as for me, I got out and I'm on the road.
The worst part it that this (THIS!), this could be you.
You know it too, you can't run from your shame!
You're not getting any younger, time,
Is passing by, but you waited awake...

It's time to roll over!

I feel no sympathy,
You lived inside a cave!
You barely get by the rest of us,
You're trying, there's no need to apologize,
I've got no time for feeling sorry!

And all the best lies,
They are told with fingers tied!
So cross them tight,
Won't you promise me tonight
If it's the last thing you do, you'll get out...

I feel no sympathy,
You lived inside a cave.
You barely get by the rest of us,
You're trying, there's no need to apologize,
I've got no time, I've got no time!

I feel no sympathy,
You lived inside a cave!
You barely get by the rest of us,
You're trying, there's no need to apologize,
Got no time!

I've got no time for feeling sorry!
I've got no time for feeling sorry!




E depois ainda me perguntam por que eu gosto tanto de Paramore...

sábado, 4 de dezembro de 2010

A carta


Querido Peter, escrevo-te essa carta, visando desabafar sobre algo que eu tenho certeza que tu entenderia: Eu nunca quis crescer.

Sabe, durante toda minha vida, abominei pessoas sérias, homens com terno e gravata, mulheres com a cara fechada, idosos frustrados, pastas de couro recheadas de papéis de escritório, trabalho chato, promiscuidade adulta, hipocrisia, adultério, comodismo, indiferença. Eu prometia a mim mesma, todas as noites, de que jamais me tornaria uma adulta, por não ter todas essas terríveis características que isso despertaria em mim. Mas, infelizmente, esse processo é inevitável - sempre foi.

Todos esses adultos que eu tanto repugnava, foram crianças não perturbadoras, assim como eu era até pouco tempo atrás. Todos eles sonhavam com um futuro diferente do adiquirido.

E agora eu me pergunto: Onde erramos?
Será, que assim como eu, eles também temeram a pessoa em que estavam se tornando? Será que se importaram? Tiveram escolha? Sofreram?
Talvez não. Talvez não tenham se quer percebido que mudaram, apenas foram se levando sem refletir sobre isso.

E isso é normal.

Apenas normal.

Então por que "normal" soa tão irritante pra mim? Não quero ser normal, porque os ditos "normais", na verdade, são todos anormais. Estão doentes.
E eu não quero adoecer também.

Oh, meu amigo, tenho tanto medo de tornar-me adepta da rotina daqueles que tanto critiquei! Queria não perder o encanto que há muito já perdi. Queria poder voltar a ter um terço dos pensamentos positivistas que costumava ter há algum tempo atrás.
Onde está você, querido Peter Pan, para vir me buscar e me tirar desse mundo cheio de pessoas malucas? Mas venha rápido, porque eu temo que não consiga suportar por muito tempo.

Esperarei ansiosamente por sua resposta.

Com carinho, Charlotte Leberton.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

My Little Playlist

É engraçado o fato de que ultimamente eu não tenho conseguido escrever como costumava. Como se as palavras ficassem presas em algum lugar desconhecido entre os meus neurônios. E são tantas, tantas palavras, que elas acabam por formar um grande nó, onde se fundem e por fim se perdem de mim.
Por sorte, ainda me restam as músicas. Elas são as únicas capazes de expressar o que eu gostaria de escrever ou dizer. Baseado nisso, eu fiz uma playlist com as musicas principais, pra tentar voltar ao meu normal.Honestamente? Elas têm feito um ótimo trabalho.

Hello - Evanescence
Mais uma vez - Legião Urbana
Smother me - The Used
How to save a life - The Fray
Playing God - Paramore
Patience - Guns N' Roses
Helena - My Chemical Romance
Call me when you're sober - Evanescence
Franklin - Paramore
Satelite Heart - Anya Maria
Possibility - Like Ly
Tão longe - Reação em cadeia
Vamos fazer um filme - Legião Urbana






É.

sábado, 20 de novembro de 2010

Um fato



“O que mata um jardim não é mesmo
alguma ausência
nem o abandono...
O que mata um jardim é esse olhar vazio
de quem por eles passa indiferente.”

- Mario Quintana

O tal do "Tao Te King"

Algo muito estranho tem me acontecido ultimamente. Algo que eu tinha ignorado por um tempo, crendo que não fosse digno de minha atenção. Ironicamente, e sempre quando eu resolvo ignorar que a coisa fica "forte".
Há um tempo atrás, eu li sobre um livro chamado Tao te King, e obviamente, seu assunto me interessou. Eu pensei tanto, tanto nele, que de repente, todos os meus passos levavam ao nosso encontro. Eu o vi em livrarias, escutei pessoas falando sobre ele e , quando distraidamente passava o tempo em sites aleatórios, deparava-me com seu nome. E foi isso que se repetiu pela milésima vez ao dia , há apenas uns 20 minutos, eu acabei por ler um trecho do livro, sem nem ao menos ter procurado por ele.
Seria isso a lei da atracão? Seria a tal física quântica se metendo na minha vida, de novo? Seria apenas uma coinscidencia?
Antes fosse.
Eu interpreto isso como sinais. Sinais estranhos e repetitivos, que apenas afirmam o fato de que eu preciso ler esse livro o quanto antes.
O por que? Eu ainda não sei.
Vou postar o pequeno trecho que eu acabei de ler, pra deixar nítido o quanto ele me parece atraente:

“Trinta raios convergentes, unidos ao meio, formam a roda, mas é seu vazio central que move o carro.

O vaso é feito de argila, mas é o seu vazio que o torna útil.
Abre-se portas e janelas nas paredes de uma casa, mas é seu vazio que a torna habitável.

Assim... não tema o vazio, talvez ele seja o maior presente que recebemos. A verdade é que sem o vazio seríamos tristes caricaturas de quem de verdade podemos ser. Seja corajoso. Aceite-o e permita que ele lhe inspire a tornar-se quem você de verdade é.
O que seria de uma vida sem o mistério... sem a noite... sem as estrelas?
É no vazio que mora a nossa musa, e as mais belas ideias, e os sonhos, e a poesia...
Aceite o vazio e... se puder... ame-o.
O que vai acontecer então?...
Não vou lhe dizer!"



Lindo, não?

sábado, 13 de novembro de 2010

Dizia Lord Byron:



"Sabemos tão pouco do que estamos a fazer neste mundo, que eu me pergunto a mim próprio se a própria dúvida não está em dúvida."

Ridículo



Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)


-Álvaro de Campos

Poema em Linha Reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na vida…
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os ter amado,
Podem ter sido traídos – mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

-Álvaro de Campos

Abster-se

Descobri que às vezes, para fazer o que é certo, nós temos que desistir daquilo que mais queremos, talvez até de nossos sonhos.

Eu não costumava desistir de lutar tão facilmente.



Foi então que eu te conheci.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O vaso de porcelana

O grande Mestre e o Guardião dividiam a administração de um mosteiro zen. Certo dia, o Guardião morreu e foi preciso substitui-lo.
O grande Mestre reuniu todos os discípulos para escolher quem teria a honra de trabalhar diretamente ao seu lado.
- Vou apresentar um problema – disse o Grande Mestre. – E aquele que o resolver primeiro será o novo Guardião do templo.
Terminado o seu curtíssimo discurso, colocou um banquinho no centro da sala. Em cima estava um vaso de porcelana caríssimo, com uma rosa vermelha a enfeita-lo.
- Eis o problema – disse o Grande Mestre.
Os discípulos contemplavam, perplexos, o que viam: os desenhos sofisticados e raros da porcelana, a frescura e a elegância da flor. O que representava aquilo? O que fazer? Qual seria o enigma?
Depois de alguns minutos, um dos discípulos levantou-se, olhou o mestre e os alunos à sua volta. Depois, caminhou resolutamente até o vaso e atirou-o no chão, destruindo - o.
- Você é o novo Guardião – disse o Grande Mestre para o aluno.
Assim que ele voltou ao seu lugar, explicou:
- Eu fui bem claro: disse que vocês estavam diante de um problema. Não importa quão belo e fascinante seja, um problema tem que ser eliminado.
“Um problema é um problema; pode ser um vaso de porcelana muito raro, um lindo amor que já não faz mais sentido, um caminho que precisa ser abandonado – mas que insistimos em percorre-lo porque nos traz conforto. Só existe uma maneira de lidar com um problema: atacando-o de frente. Nessas horas, não se pode ter piedade, nem ser tentado pelo lado fascinante que qualquer conflito carrega consigo.”




Contos do Alquimista, Vol.1 - Paulo Coelho

domingo, 31 de outubro de 2010

Olá Hipocrisia

Quer saber uma coisa que me deixa muito, muito irritada? O fato de que as pessoas são muito eficientes para julgar os erros dos outros sem antes tomar conhecimento de seus próprios erros. Principalmente quando todos os argumentos parecem tão adequados, assim vomitados pelo acusador. Seria esse o reflexo da ignorância que cerca a todos nós? Acho que sim.
Somos tão burros, que muitas vezes condenamos algo que costumamos fazer.
To começando a cansar de ver algumas pessoas lutando por uma determinada “justiça”, quando seus meios para se chegar a isso são completamente injustos. Toda essa mania de diferenciar o “certo” do “errado” ta começando a me fatigar aos poucos. E tenho certeza que não é só a mim: todo mundo ta sendo afetado com isso. Então por que meu Deus, por que todo mundo finge que tudo está bem? Por que ninguém quer enxergar o que ta ali, bem em frente aos seus olhos?
Já não compreendo isso.
Constantemente me deparo com pessoas que defendem algo e não agem de acordo com o que dizem. Mostram-se críticos da futilidade, mas não vivem sem o maldito photoshop. Criticam o sistema, mas não têm coragem de lutar contra ele. Querem acabar com a pobreza, mas não saem de “sua cadeira real”. Dizem-se compreensivos, mas alimentam uma prepotência e um egocentrismo capaz de aniquilar a qualquer pessoa que represente uma ameaça ao seu “crescimento”.
Eu me pergunto se são essas as pessoas que se dizem “revolucionárias”. Revolucionárias do que? Querem mudar o mundo, quando não conseguem mudar suas próprias vidas. Querem julgar aos outros, quando não conseguem julgar a si mesmos. Pergunto novamente: o que diabos vocês pretendem revolucionar? Ou será que apenas dizer palavras chocantes e usar camisetas do Che Guevara por aí sem nem saber quem é o cara vai mudar algo? Não, não vai mudar. Isso só serve pra mostrar o quão manipulados vocês estão. Mesmo quando querem “revolucionar” algo, não têm forças para se rebelar verdadeiramente: revolucionam o que o sistema quer. Exatamente o que eles precisam, o que eles buscaram. Vocês meus queridos amiguinhos hipócritas, só contribuem cada vez mais com essa maldita sociedade que busca aniquilar o pensamento diferencial e impor uma espécie de “comando padrão”. E sabe suas camisetas “fodas” ou suas frases malvadas e vazias? Bem, elas não fazem nada além de encaminhar todos os seus seguidores para o mesmo caminho: o conformismo.
Vamos lá, vamos mudar o mundo, vamos cantar musicas que não entendemos só pra mostrar que somos diferentes.Vamos desprezar os negros e depois fazer um trabalho escolar exemplar sobre o quão importante eles são para nós no dia 21 de novembro. Vamos blasfemar e negar a Deus e depois nos ajoelhar diante de uma estátua de gesso, pedindo por um milagre impossível. Vamos criticar o capitalismo e depois esgotar um cartão de crédito em sapatos. Vamos continuar chamando o resto do mundo de hipócritas e nos acharmos superiores a eles e depois cometer as mesmas falhas continuamente.Vamos lá galera do mal, o que vocês estão esperando?

Afinal, com revolucionários assim, quem precisa de políticos?

sábado, 23 de outubro de 2010

Situações Drásticas...

Requerem medidas drásticas.


E é por causa disso que eu finalmente resolvi chutar o balde.

É.

sábado, 16 de outubro de 2010

Hoje acordei meio Ambígua


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Por que é desse modo ambíguo que você, com sua detestável insolência, atropela meus pensamentos durante o passar do dia.

domingo, 10 de outubro de 2010

Epifania ao melhor estilo de Lispector


Pensar, refletir, repensar, organizar os pensamentos já pensados, refletir a respeito da recente organização, reorganizar tudo o que já se organizou, pensar sobre o que resta ser organizado, desorganizar e finalmente, desistir para recomeçar em algum momento dito mais propício ao ciclo de organização mental da autora.
Parece loucura –se não o é – gastar tanto tempo apenas tentando achar as respostas de suas perguntas e organiza-las de modo satisfatório dentro de seu cérebro. Honestamente? Isso é um dos principais requerimentos para atingir a loucura. E também é um dos caminhos mais fáceis para se alcançar a epifania.
Aliás, qual é o significado dessa palavra? Segundo o google, Epifania é uma súbita sensação de realização ou compreensão da essência ou do significado de algo. Pois então, creio que seja isso que ocorreu a mim, no mais inoportuno momento: a compreensão da essência de algo por mim ignorado há muito tempo.
Infelizmente, talvez eu tenha compreendido tarde demais; talvez eu tenha “acordado” tarde demais para poder modificar o passado enquanto ele ainda era presente. E agora, deparo-me com a inevitável sensação de descontentamento e desordem, camuflada por uma pequena tranqüilidade quase convincente. Corrijo-me: uma pequena tranqüilidade convincente.Por que, para o exterior é exatamente a impressão de tranqüilidade e sensatez que os meus atos transmitem.Então por que, para mim, é uma explosão contínua de impulsividade e agitação? Por que parece que é apenas uma questão de tempo até que a tragédia seja posta em prática e o inevitável aconteça.
E foi em meio a tantas reviravoltas que eu, com todas as minhas angústias, visualizei a imagem mais clara de um futuro nebuloso e incerto, um futuro doado através da minha epifania. Nesse pequeno espaço de tempo que me foi dado para saborear de minhas visões, percebi um decorrente confronto entre a Sophie de agora e a Sophie de antes. Eu vi,interagindo no mesmo espaço, a doce, teimosa, sonhadora menina Sophie e a rude, fechada, tímida adolescente Sophie.Duas partes distintas de mim, coexistindo no mesmo lugar. Ambas com a mesma essência, mas também com o mesmo desprezo causado pelo encontro. A mais nova vê suas expectativas sendo, gradativamente, destruídas na mais velha. A mais velha, por sua vez, enxerga um passado distante e alegre demais para o que julga ter sido capaz de ser um dia, causando-lhe verdadeira repulsa, onde agora só restam migalhas de sua antiga e inocente personalidade. Uma querendo fugir da outra. Ambas com o mesmo desejo inquietante de voltar para seus lugares. Mas então eu – a jovem Sophie – mantenho-nas forçosamente unidas, numa tentativa quase brutal de mantê-las vivas dentro de mim. Num atrasado sobressalto, percebi que a adolescente já não era mais eu. Seus sonhos não coincidiam com os meus. Seu rosto não me era agradável e seus olhos possuíam uma mágoa viva, ardente, que queimava cada gesto de bondade que ela, por timidez, não conseguia expressar.
Não. Eu não conhecia aquelas duas garotinhas. Elas me pareciam distantes, inexperientes e ao mesmo tempo, terrivelmente próximas de mim. Eu repudiava a ambas, assim como elas me repudiavam. Uma pequena chama de ódio aceso em meio à admiração que as três, sem motivo aparente, sentiam umas pelas outras. A menina de 12 anos, possuía a expressão taciturna ao olhar-me.Tinha saudades da sua infância e temia seu futuro, embora desejasse algo que não compreendia.Enquanto que a menina de 6 anos era viva, ativa, falante e parecia sentir falta de algo além de suas pequenas compreensões infantis. E então eu. A garota de 17 anos, monótona e viva.Tinha uma boa noção do que desejava, mas sentia falta de algo que não sabia o que era. Queria abraçar o mundo, mas temia a rejeição. Queria ter a coragem de cometer crimes, mas temia o remorso. Era o mais perfeito exemplo de contradições. O resultado não esperado da união entre as outras duas Sophies. A criança imperfeita que seus dois passados criara.
E então eu acordei, ironicamente, dormindo. Tentando organizar cada pequeno trecho do que acabara de descrever, tentando compreender o que tal sonho significara, percebendo ao mesmo tempo, quanta falta sentia de mim mesma.E também notando o quão diferente eu estava do que costumava ser há apenas alguns meses atrás. Minhas palavras, meus pensamentos, meus sonhos, minhas expectativas...É como se milhares de pessoas diferentes habitassem o mesmo corpo. Como se a união de milhares de personalidades estivessem presas em uma teia gigante que formam a minha própria personalidade. Como se eu, Sophie Harinton, fosse apenas o resultado de uma equação recheada de incógnitas e dízimas periódicas, formando números não exatos e muitas vezes indefinidos. Eu tive a visão do mundo que me cercava e da personalidade que eu formulei para mim mesma.
Ainda um pouco zonza, pude concluir que, embora tudo pareça difícil e inalcançável, não posso deixar de perseguir os meus objetivos, nem de insistir em mim mesma. Não vou me abandonar quando o resto do mundo o fizer. Não vou esquecer das outras duas meninas que lutam tanto para serem ouvidas e respeitadas, como eu tenho feito ultimamente. Meu egoísmo será afogado enquanto eu estiver acompanhada das outras duas Sophies, pois nós três sabemos que nos odiamos e devemos conviver juntas sempre.
Porque às vezes, eu apenas sinto falta de ser criança, assim como sinto falta de ser adolescente, e também sinto falta de ser eu. Sinto falta de ser o que eu nunca fui e sinto falta de viver o que eu nunca vivi. Sinto falta de tudo que eu não senti. Sinto falta das pessoas que não conheci. Sinto falta do violão que nunca toquei e do show que eu nunca fui. Sinto falta dos lugares para os quais eu nunca fui e sinto falta dos trabalhos que nunca realizei. Como se um grande vazio prendesse a mim, as outras duas partes do meu ser.

Sinceramente? Odiei minha epifania.

sábado, 2 de outubro de 2010

O diário de Anne Frank

“[...]Estou sempre me prometendo não reparar no lado mau de mamãe.Quero apenas ver seu lado bom e procurar em mim mesma o que não encontro nela.Tudo inútil. E o pior de tudo é que papai e mamãe não se apercebem desse problema em minha vida, e eu os censuro muito por isso. Gostaria de saber se alguém já conseguiu dar felicidade completa aos filhos.
Às vezes, penso que Deus está me pondo a prova; preciso tornar-me boa através de meus próprios esforços, sem exemplos nem bons conselhos. Assim, no futuro, serei mais forte. Quem, alem de mim mesma, lerá estas cartas? Quem me confortara senão eu mesma? Preciso muito de conforto, freqüentemente sinto-me fraca e descontente comigo. Minhas deficiências são grandes demais. Eu sei disso e a cada dia procuro melhorar.
A maneira como me tratam é variadíssima. Um dia Anne é tão sensata que permitem que saiba tudo. No dia seguinte, ouço dizer que Anne não passa de uma cabritinha estouvada que não sabe nada e pensa que aprendeu maravilhas nos livros. Não sou mais nenhum bebe ou criancinha mimada, para que riam do que eu digo ou penso. Tenho meus próprios pontos de vista, planos, e idéias, embora ainda não consiga expressa-los em palavras. Oh, quanta coisa ferve dentro de mim, enquanto fico deitada na cama, tendo de aturar gente que não suporto e que sempre interpreta mal minhas intenções. Eis por que, no final, acabo sempre voltando para este meu diário. Aqui começo e aqui termino, porque Kitty esta sempre disposta a ouvir-me. Vu prometer-lhe que he de perseverar, apesar de tudo, hei de encontrar meu próprio caminho e engolir minhas lagrimas. Só desejaria poder ver os resultados e também que, de vez em quando, uma pessoa que gostasse de mim me animasse e encorajasse.
Não me condene; em vez disso, lembre-se que eu também, muitas vezes, fico a ponto de explodir.”

sábado, 18 de setembro de 2010

Os 11 melhores livros

Bom, olá pessoas, aqui estou eu novamente.Como vocês devem ter percebido, esse é um dos poucos dias em que eu me acordei inspirada para escrever, portanto fiquem felizes por mim.

Mas eu resolvi fazer um post diferente dessa vez, apenas pra compartilhar com vocês a lista que eu elaborei com os meus onze livros preferidos. E bom, assim como acredito que algumas pessoas façam, eu vou começar do decrescente ao crescente, ou seja, deixarei o melhor para o final, exatamente como quando eu vou no Mc Donald's e sempre deixo a batatinha por ultimo. Afinal, quem nunca fez isso?

So, hey ho, let's GO!


11° Lugar – Crepúsculo    

Hum, como deverei explicar o fato de que um dos mais marcantes livros que eu já li está em ultimo lugar nos meus favoritos? Deixe-me ver...

Bem, como todos já estão carecas de saber, "Crepúsculo" conta a história de uma menina normal e sem graça que se apaixona pelo todo poderoso vampiro-mocinho e com o decorrer do tempo ela acaba se envolvendo em perigos horríveis e acaba até se apaixonando pelo seu melhor amigo, que ironicamente, é um lobisomem quase tão atraente quanto o personagem principal. Obviamente eu me refiro aos três patetas, Bella Swan, Edward Cullen e Jacob Black.

Não posso negar que eu sou apaixonada pelos livros desde 2007, e já li e reli muitos trechos da historia. Devo admitir que Edward é um verdadeiro inútil na historia, definitivamente o personagem mais chato do livro, ganhando até da amiguinha hipócrita da Bella, Jéssica.E, como não deveria deixar de ser, Jacob é um idiota, rude e imaturo. Mas ele é engraçado e me fez rir conforme o percurso da historia. Quanto à Bella, bem, ela é uma garota estúpida e egoísta, que só pensa no seu maravilhoso mundinho de conto de fadas, no qual ela sonha em se tornar vampira e existir pra sempre com seu vampirinho perfeito. Além de ser neurótica e meio maluca, ela também é desnecessariamente melodramática. Mas apesar de todos os contras, eu amo essa historia. Creio que o amor "bobinho" seja a coisa mais fofa já criada por uma autora de romances sobrenaturais, e isso é divertido quando você tem 13 anos ou simplesmente esta afim de pensar que as coisas são tão bonitinhas assim.



10° Lugar – Vampire Kisses

Sabe aquele livro engraçado, com uma aventura bem balanceada com um toque de romance adolescente e quem sabe alguns vampiros pra quebrar o clima de normalidade? É exatamente isso que a série "Vampire Kisses" oferece aos seus leitores. Nós mergulhamos na vida de Raven Madison, uma garota gótica que mora em uma cidade pequena e assim como a maioria dos góticos é excluída dos grupinhos sociais de sua escola e conta com a amizade de uma única garota, também excluída, mas nada gótica. Raven acaba por conhecer o vampiro Alexander Starlling, e os dois se apaixonam, começando aí uma historia de amor super meiga ao maior estilo "gótico" possível, tanto é que uma das melhores falas da Raven, é quando ela descreve Alexander como seu "príncipe das trevas", o seu "cavalheiro da noite". Particularmente, eu acho que Alexander é quase tão inútil quanto Edward Cullen, mas gosto é gosto...

Com o desenrolar da série, Raven conhece vários outros vampiros, se forma na escola, prega peças nos colegas fúteis que sempre a discriminaram, tem encontros românticos em cemitérios e cavernas sombrias, além de encarar a trama sempre com bom humor e um tom irônico que eu adoro.


9° Lugar – O vendedor de Sonhos

Com certeza um dos livros mais incríveis que eu já li, "O vendedor de sonhos" conta a historia de um mendigo de São Paulo, que levando sua filosofia e positividade pelas ruas, acaba por mudar a vida de várias pessoas, apenas vendendo sonhos. Ele consegue seguidores por todo o país e acaba virando uma celebridade apenas por ter sido um dos revolucionários mais sensíveis e carismáticos que já existiu. Creio que Augusto Cury – que a propósito é um renomado psicólogo e professor, e particularmente, creio que seja um dos caras mais inteligentes do Brasil – tenha se baseado na história de Jesus para criar seu personagem. Durante todo o livro, nos deparamos com frases, reflexões e muitos desencontros além de um belo tratamento de choque proposto pelos personagens. Eu li, reli e recomendo a todos que quiserem um pouquinho mais de sabedoria para seus dias, que leiam qualquer livro desse autor maravilhoso, que com certeza mudou a minha vida, com vários de seus livros. Foi muito difícil escolher apenas um dele para descrever, porém, devo admitir que esse é o meu preferido. Valeu, Cury!


8° Lugar – Morganville Vampires

Sim, essa é a capa da série de vampiros mais enrolada que eu já li. O garoto loiro é Shane e a garota atrás, creio que seja Eve. Embora eles sejam os personagens coadjuvantes, não posso deixar de comentar que são meus dois personagens preferidos da historia, junto com o vampiro lunático Myrnin que esta mais para vilão do que para coadjuvante. Essa é a primeira série da qual eu simplesmente tenho uma aversão à personagem principal por dois minúsculos motivos:Claire é terrivelmente mais repetitiva, neurótica, chata e frágil do que a Bella, e cara, isso é difícil! E o segundo motivo não menos importante: Ela namora Shane Collins, que é simplesmente o personagem mais divertido, animado, descabelado, atraente, charmoso, interessante e adoravelmente idiota da historia. Ou seja, eu não gosto dessa menina. Porém, a historia é agradável, e eu admito que talvez (veja bem: TALVEZ) ler a historia através da visão de Claire seja bem emocionante. Eu acabei me apegando ao fato de que quatro amigos moram em uma casa na cidade de Morganville, que é infestada por vampiros e acabam por se meter em vários problemas( muitos deles causados pela tal da Claire), e assim causando a fúria dos fundadores da cidade. Com o decorrer do livro, embora a historia seja repetitiva e as vezes canse, continua sendo uma das minhas series favoritas por tratar de vários núcleos diferentes, os quais envolvem sempre aquele tom de "sobrenatural".

Vale a pena conferir.


7° Lugar – Fallen

Semana passada foi quando eu finalmente consegui concluir a leitura desse livro. E devo adiantar que é uma historia realmente fascinante. Sabe quando a historia é tão envolvente que você acaba criando uma espécie de vicio? Então, foi isso o que aconteceu. A trama é sobre o amor entre Daniel e Lucy, que são respectivamente, um anjo caído e uma garota amaldiçoada. Durante todas as encarnações de Lucy, ela viveu apenas até os seus 17 anos e depois acabou morrendo por não ter alcançado a evolução espiritual que não nos é deixada clara no primeiro livro. A questão, é que os dois nunca podem ficar juntos, porque quando isso ocorre, a menina simplesmente vira cinzas. Yeah! O livro é puro romance no estilo melancólico e misterioso. E claro, não poderia deixar de ter um segundo anjo caído na historia, o tal do todo-bonitão, Cam, que tenta seduzir Lucy por um motivo também não especificado. Como vocês podem perceber, o livro é realmente cheio de mistérios, o que faz com que cada pagina se torne ainda mais encantadora. Sem falar que Daniel Grigori se tornou o meu personagem masculino favorito da literatura sobrenatural (Desculpe-me Shane e Dimitri). Por que apesar de ser um anjo caído e ter uma beleza inocente em seus cabelos loiros e olhos verdes, Daniel é um perfeito idiota. Rude, rebelde, sarcástico, mal educado, bipolar, misterioso, apaixonado, protetor, sensível e terrivelmente convidativo – como a própria Lucy deixa claro na sua descrição do menino – ele tem todas as características que eu admiro em um anti-herói. Ahhh, Daniel...


6° Lugar – Drácula

Ora, ora, ora... estamos chegando ao inicio dos livros clássicos na minha lista. Então vejamos, o que tem Drácula, que o fez vir parar no privilegiado sexto lugar? Ora bolas! Que espécie de pergunta tola é essa que vos faço...é óbvio que Drácula de Bram Stoker não poderia faltar! Lembro de ter lido esse livro em fevereiro desse ano, pela segunda vez, apenas para me relembrar da historia. O resultado? Fiquei apaixonada novamente. É incrível a quantidade de acontecimentos infelizes que cercam essa historia, contada através dos diários de Jonathan, Lucy, Abraham Van Helsing e outros personagens não menos importantes, que narram as atrocidades cometidas pelo vampiro mais famoso e temível da literatura mundial, além de contar todo o armamento e preparação dos personagens na luta contra os terríveis "demônios sanguinários". O refinamento das palavras utilizadas por Stoker, nos fazem voltar até o século XVI, e nos imaginarmos na pele de seu personagens, com suas roupas sofisticadas e suas encantadoras carruagens e viagens à castelos amedrontadores. Sem mencionar o belo clima que envolve a historia, com paisagens que remontam neve, frio e tempestades. Esse é o verdadeiro clima gótico, tão belo e envolvente que é impossível não querer ler.


5° Lugar – A mediadora

Divertida, sombria, jovial, surpreendente, imprevisível e adoravelmente romântica. Essas são as características dessa série de livros que me prendeu na frente de suas paginas durante o decorrer de um ano, para que eu enfim terminasse de ler os 6 livros que completam a historia. Foi o ano em que eu me entreguei às belas piadas e confusões de Suzannah (Suze), uma típica garota norte-americana apaixonada por sapatos, maquiagem e roupas estilosas, que se mudou para a Califórnia e passou a conviver com seu novo padrasto e seus novos irmãos, além de freqüentar uma nova escola e viver em uma casa antiga. Tudo parece muito normal, mas tem um pequeno detalhe: Suze pode ver, falar, bater e até mesmo se apaixonar por mortos. Ela é uma mediadora, que tem como "dever", encaminhar as almas daqueles que pedem por sua ajuda. Lembrando que Jesse, um fantasma que morreu na época do velho oeste, vive em sua nova casa e habita seu novo quarto. E sim, esse é o mocinho da historia, com o qual Suze desenvolve relacionamento meio "conturbardo" em meio à discussões, lutas contra noivas-mortas-vingativas e beijos roubados.É uma historia incrível, que envolve exorcismos, paixões proibidas e saltos quebrados. Definitivamente uma série que vale a pena ser lida, relida e recomendada.



 


 


 


 


 


 


 


 


 


 

4° Lugar – Harry Potter

Ah, você realmente não pensou que eu, como a verdadeira amante de séries de livros sobrenaturais, iria deixar de ler a historia do bruxo mais famoso do mundo, não é?! Pois, então, eu amo Harry Potter. Acompanhando sua historia desde os meus 10 anos, Harry, Rony, Hermione, Hagrid, Dumbledore, Doby,Gina e até mesmo o imbecil do Malfoy, foram meus grandes amigos por muito tempo.Com um enredo incrível, paisagens magníficas, personagens quase tão reais quanto nossos vizinhos, J.K. Rowling mostra um novo mundo perfeitamente enquadrado em uma espécie de "contos-de-fadas", ao maior estilo infanto-juvenil, com direito a coisas inimagináveis como um vilão que divide sua alma em 7 "horcruxes", ou cobras enormes habitando uma câmara secreta, ou sereias participando de jogos comuns de bruxos, sem falar dos chocolates que trazem como brinde a habilidade de rugir feito um leão ou latir como um cachorro. Também temos padrinhos que são "animagos", amigos de família que são lobisomens, professores que estão no lado negro da força junto com "você-sabe-quem", ou se preferir chame de "aquele-que-não-deve-ser-nomeado", ou apenas chame de "Lord Voldemort" (gritos histéricos de medo). E mesmo assim temos o amadurecimento dos alunos sendo mostrados conforme a evolução de cada volume. É uma das melhores historias do século XXI, com toda a razão por ter virado um verdadeiro fenômeno!


3° Lugar – O morro dos Ventos Uivantes

Desesperador. Se tem uma palavra que defina esse livro, com certeza é "Desespero". Afinal, se você já leu, sabe do que eu estou falando. Lembro-me de ter dormido mal por duas noites consecutivas depois de ter começado a leitura. Devo afirmar que o drama sofrido por Cathy e Heatchcliff, definitivamente me deixou marcas. Era como se a cada capítulo, uma gota de sangue respingasse sobre meus olhos. A cada sofrimento de Heatchcliff, a cada dor de Cathy, a cada injustiça causada na historia, era um motivo a mais para que eu ficasse horas insone, refletindo sobre o comportamento humano. A história do amor impossível, dos danos psicológicos pelo qual cada personagem passou, o comportamento tenebroso e vingativo de Heatchcliff, a incapacidade de lutar que Cathy tinha, a narração lenta de Nelly e a historia macabra que envolve a vida de Emily Bronte, deram o toque especial à melancólica, dramática, sombria, horripilante, desesperadora e maravilhosa trama desse livro que um dos três mais perfeitos livros já escritos na historia da humanidade – ao menos na minha opinião.


2° Lugar – Vampire Academy

A melhor série de vampiros que eu já li. A melhor heroína. O melhor herói. Os melhores vilões. Vampire Academy só não está em primeiríssimo lugar por motivos que explicarei no devido momento, mas por agora, garanto-lhes que se tivéssemos um gráfico, V.A. perderia por menos de 1% do primeiro colocado. Bom, vamos à descrição: Richelle Mead nos leva a conhecer um mundo escondido dos humanos, dividido por 3 raças distintas de vampiros – Moroi, Strigoi e Dhampir – onde há uma constante guerra pela sobrevivência. Morois são vampiros pertencentes à nobreza que possuem um tipo de magia especifica as quais eles usam para o bem do seu mundo; os Strigoi são vampiros sem alma, que andam pelas ruas bebendo sangue de pessoas inocentes e assassinando Morois, buscando dominar mundo e, finalmente, minha raça favorita: Dhampirs, que são metade humanos, metade vampiros. Estes lutam contra Strigois, empalando-os com uma estaca de prata depois de muitos socos, chutes e combos incríveis descritos ao decorrer do livro. Eles tem como tarefa serem guardiões fiéis dos Moroi para o qual são resignados. E é no meio desse universo que vive Rose Hatwaway, uma dhampir shadow-kissed ( beijada pelas sombras). A propósito, Rose é a minha personagem preferida quando se trata de livros sobrenaturais. Ela é esperta, linda, corajosa, inteligente, sarcástica, impulsiva, irresponsável,um pouco promiscua, forte, imatura-madura... Enfim, Rose sem duvidas é o que eu definiria como a mais perfeita heroína de um livro: erra, se supera, erra novamente, aprende com seus erros, volta atrás, pede perdão, chora, ama, luta, abdica de seu egoísmo em prol do bem alheio, persiste nos seus objetivos e principalmente, os alcança. Mas também temos outros personagens incríveis, como Dimitri Belikov, que também é um Dhampir, instrutor de Rose, e a propósito, o motivo principal de seus ataques impulsivos. Um amor impossível e complicado, mas que foge da história "bobinha-clichê", aderindo à uma forte paixão, com cenas fortes e frases adultas. Mas como também não deveria faltar, temos Lissa, Cristian, Adrian, Mason, e vários outros personagens que dão desenvoltura à trama, cada um com suas características dignas de admiração e também desprezo. Ouso dizer que Vampire Academy corre o terrível risco de virar uma modinha adolescente, porém, não será por esse motivo que deixarei de admirar esse livro magnífico, que me deu uma grande inspiração na escrita e provavelmente será levado comigo para todos os lugares.

Obrigada, Richelle.


 


1° Lugar – A menina que roubava livros

Enfim, chegamos ao primeiro lugar! Surpresos? Eu também ficaria. Caso você não tenha percebido, a minha lista é constituída em sua maioria por séries de vampiros e romances impossíveis, portanto seria comum que o meu livro preferido pertencesse a esse gênero. Surpresa: não é.

A menina que roubava livros é especial pra mim por justamente não pertencer a essa classe de livros. Não é uma historinha comum de adolescente, com escolas comuns e enredos superficiais. Mas obviamente, não foge da melancolia e do envolvimento com o sombrio: o livro é narrado pela morte. Liesel Merminger é uma garotinha apaixonada por livros, que durante seu curto tempo de vida, esbarra com a morte por várias vezes e jamais é levada com ela. Desde o primeiro capitulo até o ultimo, nós temos uma visão do quão terrivelmente assustadora era viver na Alemanha Nazista, comandada por Hitler, e mesmo assim nos deparamos com frases ditas a partir da doce visão de uma criança, como por exemplo: "[...]E era muito bom viver na Alemanha Nazista". Sim, era bom. Liesel poderia ser pobre, poderia ser órfã, poderia perder muitas pessoas que amava, poderia ser muito jovem para entender algumas coisas, poderia esconder um judeu em seu porão e conviver com o constante medo da morte, mas ainda assim, era uma criança alegre que se felicitava com coisas pequenas como dividir uma bala com seu melhor amigo ou como quando roubava livros e passava seus dias imersa em palavras. Aliás, talvez seja por isso que eu amo tanto a Liesel, por me identificar com ela. A menina era completamente apaixonada por palavras, sua vida inteira leu livros e sempre foi encantada pelas letras.

Uma das minhas frases preferidas, é uma que liesel escreve em seu próprio livro – que a propósito, foi o livro que salvara sua vida –que diz: "Eu amei as palavras e as odiei e espero tê-las usado direito".

Simplesmente uma frase perfeita, uma historia perfeita e um livro que me fez sentir a intensidade de suas palavras de fronte com as minhas emoções mais profundas. Sem duvidas, o melhor livro que eu já lera em toda a minha vida.


 


 


 

Eu, o ônibus e os celulares

Ódio.

Uma vez me disseram que esse era o sentimento mais puro que uma pessoa poderia ter.

Sinceramente? Acho que isso é verdade.

Por que eu tenho certeza que jamais odiei tanto uma invenção, quanto eu odeio o viva voz presente em todos os celulares "modernos" desse mundo.

Cara, o que leva uma pessoa a escutar música dentro de um transporte público (PÚBLICO), em um volume irritante e nauseantemente alto? O que leva o ser humano a realizar tamanha crueldade para com os neurônios alheios? Francamente, eu não compreendo, e devo dizer que nem pretendo compreender.

E o pior de tudo é o fato de que muitas pessoas estão tão incomodadas quanto eu, mas em prol da manutenção das regras da sobrevivência em uma sociedade "democrática", ficam caladas, apenas contando os segundos para que a infeliz criatura desça do ônibus e a paz seja finalmente restaurada no recinto.

Quer saber? To cansada de manter o nível respeitoso desse blog, afinal, o site é meu e eu escrevo nele o que eu bem entender, certo?

Bom, lá vou eu.

Queridos amigos adeptos de celulares com viva voz:

ENFIEM SEUS MALDITOS CELULARES TECNOLOGICOS E GIGANTESCOS DENTRO DE UMA PRIVADA OU ENTÃO COMPREM A PORCARIA DE UM FONE DE OUVIDO, PORQUE CASO VOCÊS NÃO SAIBAM, ESSE MARAVILHOSO MATERIAL JÁ FOI CRIADO HÁ MUITO TEMPO E ESTÁ A VENDA EM QUALQUER LOJINHA, EM QUALQUER LUGAR. EU REPITO: COMPREM A PORCARIA DE UM FONE.POR QUE EU JÁ ESTOU CANSADA DE OUVIR SUAS MALDITAS MUSICAS REPETITIVAS E IRRITANTES. OS MEUS TÍMPANOS NÃO SÃO PINICOS PARA QUE VOCES DEPOSITEM QUALQUER SOM ESCROTO DENTRO DELES SEM AO MENOS ME PEDIR PERMISSÃO.SE O SEU GOSTO MUSICAL É UMA BOSTA, NÃO SIGNIFICA QUE TODAS AS OUTRAS PESSOAS TAMBÉM SEJAM ASSIM.

Então, acho que é só.

Obrigada pela atenção e voltem sempre. (:


 


 

Um pequeno Trecho de “Fallen”

Daniel se virou e bateu na testa dele com as duas mãos. – Você

não entende, Luce. – Ele sacudiu a cabeça. – Isso é o que você

nunca entende. –

Não tinha nada maldoso na voz dele. Em fato, era quase bondosa

demais. Como se ela fosse lenta demais para captar o que quer que

seja que era tão obvio para ele. O que fez ela ficar absolutamente

furiosa.

– Eu não entendo? – ela perguntou. – Eu não entendo? Deixe eu

te dizer uma coisa sobre o que eu não entendo. Você se acha tão

esperto? Eu passei três anos com uma bolsa integral na melhor

escola preparatória do país. E quando eles me chutaram, eu tive

que fazer uma petição, petição! Para que eles não apagassem meu

histórico das minha notas quatro-ponto-zero. –

Daniel se afastou, mas Luce perseguiu ele, dando um passo a

frente a cada passo de olhos arregalados que ele dava para trás.

Provavelmente assustando ele, mas e daí? Ele estava pedindo por

isso toda vez que ele era condescendente com ela.

– Eu sei Latim e Francês, e no ensino médio, eu ganhei a feira de

ciências três anos seguidos. –

Ela tinha encurralado ele contra o parapeito da passarela e estava

tentando se segurar para não cutucar ele no peito com o dedo dela.

Ela não tinha terminado.

– Eu também faço as palavras cruzadas do jornal Sunday, algumas

vezes em menos de uma hora. Eu tenho um preciso sentido de

direção ... apesar de isso nem sempre se aplicar aos garotos. – Ela

engoliu e tomou um momento para recuperar o fôlego.

– E algum dia, eu serei uma psiquiatra que realmente ouve os

pacientes e ajuda pessoas. Ok? Então não fique falando comigo

como se eu fosse uma estúpida e não me diga que eu não entendo

só porque eu não consigo decodificar seu erradico, falho, quente-num-

minuto-frio-no-outro, francamente. – Ela olhou para ele,

soltando a respiração. – Realmente insensível comportamento. –

Ela secou as lágrimas, zangada consigo mesma por ter ficado tão

exaltada.

– Cala a boca. – Daniel falou, mas ele falou suavemente e tão

carinhosamente que Luce surpreendeu ambos ao obedecer.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Conserta-se Pessoas



Ontem eu estava refletindo sobre qual seria o novo negócio em que meu pai iria investir para tentar ganhar um bom dinheiro, e quem sabe, comprar aquele tão sonhado barco de férias que ele tem sonhado em comprar durante tantos anos. Então, no exato momento em que me perguntava qual seria o novo negocio, uma imagem apareceu na minha mente: eu vi uma casa – a minha casa – e na frente dela tinha uma placa enorme, branca com letras vermelhas, meio tortas, escrito: "CONSERTA-SE BRINQUEDOS".

Então eu logo apaguei essas palavras mentalmente, e pus "PESSOAS" no lugar de "BRINQUEDOS".Afinal, meu pai nunca fora bom em consertar brinquedos, entretanto, eu sempre fui boa em consertar pessoas.

Não, na verdade eu nunca fui boa em consertar pessoas, mas eu passei uma grande parte da minha vida tentando fazer isso.

Desde pequena, eu sempre tive uma espécie de "encanto" por problemas a serem resolvidos e compreendidos. Eu sempre tive uma apreciação especial por aqueles brinquedos estragados ou riscados, sempre tive preferência pelas bonecas ditas "feias" ou esquisitas. E, como reflexo desse comportamento, todas as pessoas que passavam por minha vida acabavam passando pela sala de cirurgia, como uma espécie de tentativa frustrada que eu fazia, acreditando que pudesse "conserta-las" assim como sempre tentara fazer com minhas bonecas.

Eu acabava me apegando a cada criatura viva que passasse por mim, e assim como os brinquedos com defeitos, a maioria das pessoas tinham problemas a serem resolvidos.Em poucos anos, eu me tornara a "conselheira oficial" do ensino fundamental, desde dicas de estudos até palavras bonitas que eu escutava na televisão ou da boca de algum adulto em minha casa. Independente da pessoa que me pedisse um "conselho", eu sempre tinha boas palavras para anima-la, mesmo que fossem sem sentido e eu não soubesse ao certo o seu significado.

Então o tempo foi passando, e essa minha mania esquisita de ajudar os outros foi se modificando conforme os meses alteravam minhas perspectivas. Antes, eu costumava ajudar apenas àqueles "brinquedos estragados" que me pedissem por ajuda, entretanto, isso foi se expandindo em alguma parte muito importante dentro de mim, ficando de tal tamanho que me ensinara a procurar os problemas ao invés de espera-los. Era como se eu estivesse com a placa escrito "conserta-se pessoas" dependurada em meu pescoço, caminhando pelas ruas em busca de mais e mais clientes.

E isso de fato nunca me incomodou. A paixão que eu tinha pelas historias de vida das pessoas apenas aumentou, causando uma enorme felicidade em mim quando essas me procuravam ou respondiam avidamente às minhas inquietantes perguntas.

Algumas pessoas tentavam entender o que me motivava a querer compreende-las, mas nem eu sabia responder ao certo. Eu só sabia que eu tinha uma imensa vontade de abraçar o mundo com todas as minhas forças e talvez causar a tão sonhada revolução que eu sempre desejei que existisse. Mas não uma revolução que envolvesse armas ou sutiãs jogados em uma praça, e sim uma mobilização que envolvesse a compreensão e o respeito. Uma espécie de nova teoria, onde as pessoas se abraçariam e finalmente conseguissem enxergar além do que sua visão erradica e teimosa as faziam ver.

Infelizmente, não foi esse o resultado.

Eu me foquei tanto no lado bom das minhas ações, que esqueci completamente das conseqüências ruins que isso poderia trazer as pessoas ao meu redor.Sem querer, eu acabei por tocar em feridas que jamais deveriam ter sequer sido expostas. Eu coloquei band-aids onde não deveria, costurei peles que não existiam, pus mercúrio onde nunca deveria ter posto. Eu esqueci da primeira regra dos primeiros-socorros quando uma pessoa sofre um acidente muito grave: deixa-la imobilizada. Eu acabei me tornando naquilo contra o que eu mais lutara a vida inteira: um problema.

Eu causei frustração, raiva, medo, desordem. Eu contradisse tudo no que eu acreditava.

Eu mudei.

Então, me tornei melancólica e triste. Eu havia construído um monstro, assim como Victor Frankeinstein, mas ao contrario dele, o monstro havia nascido dentro de mim mesma ao invés de andar por ai assolando casas e matando crianças.

Eu era o meu próprio Frankeinstein, a minha própria aberração.

Hoje, eu faço apenas suposições, tentando não ter certeza de nada, tentando não dar uma palavra correta ou bem direta. Eu sempre digo um "talvez, quem sabe, vamos ver, pode ser" antes de colocar qualquer ponto final em minhas opiniões. Eu resolvi por parar de procurar soluções naqueles brinquedos estragados ou naquelas bonecas riscadas, porque eu percebi que eu ainda poderia brincar com eles, não importa o quão defeituosos eles estivessem. Eu ainda os amaria, independente de quantas doses de remédios eles precisassem.

Eu aprendi que as pessoas precisam buscar seu crescimento sozinhas, com suas palavras e crenças, tentando buscar seus prêmios por seus próprios méritos. Eu percebi que não cabe a mim dizer o que é correto, mas apenas guiar o caminho e mostrar as escolhas ao invés de dizer o que eles devem escolher.

Mas eu ainda sou aquela garotinha curiosa que acredita que uma pessoa pode mudar o mundo, não importa o quão difícil isso possa parecer.Então, você me perguntará o porquê, e eu direi: Por que embora as pessoas possam ser más, eu ainda tenho aquela confiança e teimosia dentro de mim que insiste em dizer que vale a pena acreditar que o mundo pode melhorar apenas com a evolução da mente humana.

Um dia, meus caros, vocês verão isso por conta própria, mas enquanto esse dia não chega, contentem-se com meus humildes textos utópicos, que talvez não sejam tão utópicos assim...