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domingo, 31 de março de 2013

O Começo do Futuro

As propagandas da Globo me disseram que o futuro começa agora. Daí apareceu uma cena repleta de felicidade e sorrisos pagos em cachês rechonchudos que somente a publicidade proporciona, mas enfim. Faculdades, intercâmbios, cursos a distância, livros, cultura, shows, empresas, a puta que o pariu de escolhas para o seu futuro.

Claro, isso faz todo o sentido.

Mas daí eu me pergunto: Da onde eu vou tirar a po#@!# do dinheiro, oh dear Lord?

Não que isso seja o mais importante, por que eu sou do tipo de pessoa que acredita na lei da atração e que existe mesmo um gênio da lâmpada dentro da gente, capaz de realizar nossos desejos mais loucos e escondidos. Mas, bem, dinheiro é algo importante. Ainda mais com o rumo que a economia desse país tem tomado. Quer dizer, todo mundo deve saber que a gasolina aumentou, que o feijão tá tão caro quanto um Kinder Ovo e que a minha páscoa foi a coisa mais vergonhosa desde a crise de 29, que, diga-se de passagem, eu ainda não era nascida, mas imagino que seria bem pior naquela época caso tivesse sido assim.

Será mesmo que eu tô tão estupendamente ferrada (e sim, uso a palavra "ferrada", por que acho que usar "fudida" tá meio fora de moda e ia acabar com a minha imagem de "blogueira querida e certinha que é feminista mas acha palavrão uma coisa extremamente grosseira para ambos os sexos usarem, caramba!) quanto acho que estou? Por que, sério, é muito difícil conseguir manter um nível de vida aceitável em uma sociedade tão pobre e exigente quanto essa.

Pois imaginem vocês que tenho lido um livro muito esclarecedor e desilusivo (como se fala quando algo te desilude????) sobre capitalismo, shoppings, dinheiro e burguesia. Tá, eu nunca fui fã da burguesia, dos shoppingis, do capitalismo ou sei lá. Tá, eu admiro o Mc Donalds, eu tomo a casquinha que eles fazem, eu tiro fotos no Iguatemi, eu sonho muito em ter dinheiro e, recentemente, tenho cultivado a ideia de abrir meu próprio negócio. Tá, isso tudo não faz o menor sentido, por que pelo visto eu tenho me tornado uma capitalista bem ativa.

MAS E DAÍ?

Antes de querer me tornar alguma maluca comunista em pleno século XXI, em pleno continente americano, devo ter em mente que Darwin, há um bom tempo atrás, já divagava sobre a lei da adaptação, pela lei da sobrevivência daquele que melhor se adapta às necessidades do meio. Pois bem, aqui estou eu. Com livros que criticam o sistema e tudo. E com as minhas escamas e chifres de adaptação crescendo aceleradamente!

Pra quem não sabe, o nome do livro é "Shopping Center: A Catedral das Mercadorias – Valquíria Padilha". A mulher é simplesmente genial! Um livro que vale mesmo muito a pena de ser lido, uma vez que vocês vão passar a enxergar a vida, o consumo, a economia e o próprio cunho sociológico de um sistema econômico MUNDIAL através de uma ótica totalmente diferente daquela a qual estamos acostumados! Chega dessa ilusão da riqueza e da perfeição e da vida no luxo, chega de tudo! Essa tal de Valquíria nos mostra os bastidores de um sistema construído na base dos segredos do nosso psicológico, acreditem. Pois bem, deixarei isso pra outro post. Nesse aqui, eu quero falar sobre o futuro!

Poxa o futuro, gente!

O futuro começa hoje, vocês tem noção disso? Começa hoje!

Hoje eu tenho de trabalhar, lutar, correr, estudar, amar, fazer, ser, estar. O hoje vai fazer do meu amanhã um lugar mais confortável. E isso me assusta. Não incomoda vocês? Essa pressão toda sobre os ombros. Essa responsabilidade imensa de fazer de si mesmo mais feliz e pleno. É como se, sei lá, como se eu fosse a escritora da minha própria história. Como se eu fosse a diretora do meu próprio filme. E se eu fizer errado? E se eu cair, se amar o cara errado, se ficar gravida antes da hora, se dar meu dinheiro para o lugar errado, se cortar meu cabelo de um jeito ruim, se for atropelada (deuzolivre)?

Daí todo mundo diz que é só levantar e seguir em frente, com se usássemos viseira e tal.

Mas que droga, isso não é fácil.

Ao menos não pra mim.

Imagina só, construir todo um castelo de areia, pra vir um filho da puta e chutar tudo pro alto. Deve dar nos nervos mesmo. E nem precisa ser um filho da puta alheio, pode ser simplesmente a vida fazendo o que ela faz de melhor: nos surpreender (e nem sempre de uma forma boa)

Tá, desisti da história da abstinência de palavrões, por que, porra, eles são necessários quando a gente se acorda meio frustrado! E sim, eu estou frustrada. Primeiro por que não fiquei trinta e um milhões de reais mais rica hoje. E segundo por que amanhã tenho de acordar as seis da manhã para só poder chegar em casa às nove da noite. E não que eu não goste de me manter em plena atividade de suprema e (pseudo)independência financeira e tal, mas é que cansa. Sabe? Construir o futuro num planeta onde o futuro só existe para os corajosos é difícil, cansativo, chato. Tá, é emocionante, mas igualmente chato.

Ser corajoso cansa. Guerrear dói. Persistir machuca. Cair frustra.

O lado bom disso tudo é que existe uma coisa chamada sonhar.

Acho que é nisso que eu me prendo mais do que tudo, ao sonho. Ao gostinho da vitória no final. É isso que me prende na batalha. É isso que me mantém em pé no T1 lotado ao meio dia. Que me mantém na cadeira da faculdade, enquanto o estômago ronca e o cartão de crédito passa por uma dieta rígida que me impede de gastar no lanchinho rápido entre as aulas. É o sonho e o amor. O amor a mim mesma.

Sabe?

Cheguei num level diferente nesse joguinho. Tipo um bônus, um check point, onde tu descobre algo a mais que não teria visto se não quebrasse a rachadura certa da parede certa no momento certo (helloo jogadores de Spyro). Cheguei no level em que descobri que me amo tanto a ponto de lutar pela minha própria felicidade. E não acho que isso seja egoísmo ou egocentrismo ou sei lá. Na verdade isso tem me dado forças.

Lutar por si mesmo, esse é o segredo.

Saber que o futuro depende das tuas ações, das tuas escolhas, das tuas verdades.

Ir ao alto e avante pela única pessoa no mundo que detém o poder verdadeiro e infinito de te fazer feliz.

Você mesmo.

Lembrem-se disso, guerreiros.

A luta continua, sempre e só finda na morte.

E, quando bater aquele aperto no coração, aquela vontade de jogar as armas no chão, de sair correndo pra de baixo das asas seguras da mãe, vamos tentar imaginar daqui cinco anos. O que o agora pode modificar no teu futuro de daqui cinco anos?

O futuro, a gente faz hoje.


 


 


 


 


 

O Palco de Dementes

Estive me abstendo de detalhes previsíveis , de minuciosidades insignificantes, de pequenices do cotidiano. Já não compreendo mais em que rua da saudade meu coração tem andado. OS sentimentos se confundem em um redemoinho confuso de explosões contidas no início da garganta.

Quase não há sentido no amor. Quase não há sentido no ódio. Mas a indiferença? Ahh, essa me deprime, me incomoda, me incita. Sou como um peixe ingênuo que, na sua ânsia por abocanhar o anzol, acaba morrendo na expectativa de sentir-se pleno. Um resultado injusto para tamanha bravura. Aliás, acho que nada se compara à bravura do peixe que, lutando por sua sobrevivência, acaba por morrer em batalha. São soldados de honra, tão louváveis quanto aqueles que dão a vida por sua nação. A inocência do peixe o torna santo, quase glorificado. Glória esta que ferve na água escaldante, que tosta na banha quente, que é brindada ao vinho tinto nas mesas católicas da Sexta-Feira Santa.

Já não acredito mais em louvores, em orgulho, em felicidade. São todos sentimentos que nos saltam aos hormônios como resultado de uma crença mal fundada. Podemos ser o que quisermos e isso não nos é contado na escola ou no desenho da Disney. E não é que, na maioria das vezes, escolhemos ser o nosso pior? Como se já não fosse o suficiente que o mundo em si já faça questão de ser o seu pior. Somos a vergonha da Via Láctea, acredite.

Fomos jogados nesse planeta atrasado e moribundo, com pessoas vazias, com almas corrompidas, com uma existência que se apaga em meio ao furor da alienação, como uma vela que comete suicídio com suas próprias brasas. Pergunto-me se Deus gosta do que vê. Se Ele, na sua sabedoria infinita, sente-se satisfeito com as plantas que a sua própria criação gerou e destruiu. Será que se orgulha? Será que, nas suas reuniões de Deuses inter-galácticos , Ele se gaba de nossas destruições intermináveis, dos nossos corações de pedra?

Sinto que a loucura se aproxima dos meus questionamentos, tornando minhas hipóteses absurdas. Não vejo mais dificuldade na existência humana. Aliás, nada nesse mundo de tormentos é tão fácil quanto existir. Viver é difícil. A vida enfrenta perigos que a alma não teme, que a mente não compreende, que o corpo não suporta. A existência está por um fio. O homem apenas aniquilando sua própria espécie como se essa fosse a coisa mais normal do universo.

Todo humanista prevê respeito e harmonia. Como se a paz fosse tudo o que mais desejamos. Bem, não é. O caos, a guerra, a dor, a luta, a sujeira... Tornaram-se indispensáveis! Todo mundo quer ter uma história de luta para contar a respeito de si mesmo, e isso tem de envolver sofrimento. Caso contrário, que graça há na vitória? Como se não fosse absurdo o suficiente simplesmente conviver com a miséria em si, do modo como convivemos.

Acho mesmo que esse mundo foi criado em um momento de euforia. Com todos esses vales e florestas e mares e animais e flores perfeitinhas. Mas, então, num impulso, Deus criou o homem, seu pior arrependimento. Deu ao homem o poder de controlar uma terra que não o pertencia, de destruir uma nação que não era sua. Deus perdeu-se em sua emoção, em seu amor, em sua ingenuidade. Teve, então, o descuido de dar-lhe liberdade. Assim, o homem, burro como é, fez tudo de errado que podia.

E aqui estamos nós, falando de peixes, desistindo do amor, questionando divindades.

Aqui estou eu, esperando por um milagre que me faça ver algum sentido nesse imenso palco de dementes, como já dizia meu amigo Shakespeare.

domingo, 17 de março de 2013

Quelqu’un M’a Dit – Carla Bruni

Bilhões de pessoas nesse planeta e são os seus beijos que eu sinto quando domingo se despede em uma noite comum de março. É a sua voz que eu ouço, mandando arrepios pelo meu corpo, enquanto as luzinhas azuis do meu quarto embalam esse espaço-tempo infinito chamado pré-sono.

E, agora mesmo, alguém sorri no parque japonês, observando borboletas, amando o passado e sentindo saudade do que ainda não viu. Alguém sorri para você. Seus olhos abaixam. Você pensa em como a menina poderia ficar bonita com uma flor no cabelo. A menina pensa em como suas narinas formam conchinhas perfeitas em cima de uma boca pequena. E então o amor nasce. Vocês não mais são perdidos e inusitados. Vocês agora viram cúmplices de palavras que nunca foram ditas.

Não é engraçado a forma como os quadrados e triângulos tem ângulos perfeitos e tão opostos uns aos outros? Somos isso. Eu e você e os outros. Milhões de formas geométricas em seus cubículos, dividindo um universo perfeito, repleto de ângulos imperfeitos. Somos tão quebrados e ainda assim tão completos. É assim que eu e você nos achamos por entre as teias milenares e impossíveis da via láctea.

Pedaços de poeira de meteoritos. Nós levitamos em meio ao nada, nos encontramos na lua. Eu e você. E os outros também, por que só Deus sabe o que mais pode haver entre os desencontros e destinos e tragédias dessa vida. Alguém toca violão naquele Bistrô charmoso em Paris. Você vê? E então a história começa. Dizem por aí que as pontes infinitas foram reconstruídas, que os meninos são mentirosos e que as mulheres choram demais.

Que pontes? Que meninos? Que mulheres?

A relatividade do universo dança em frente aos seus olhos infantis. Não tenha vergonha, estamos apenas brincando. O amor é lindo, vamos brincar de amor. Vamos brincar de sorrir. Vamos brincar de felicidade. Vamos brincar de escrever, por que é isso que fazemos. Nós nascemos para tentar ajeitar a órbita do planeta, pra tentar marcar a história mundial.

Ele entra pela porta dos fundos, escondido, medroso, ingênuo. Ela sai da cozinha, carregando uma panela com sua mais nova invenção. Chamam aquilo de sopa de legumes da onde ela veio, mas sabe-se lá de que chamariam no outro lado do continente. Ele levanta a cabeça, ela tropeça nos cadarços. O líquido salta. Eles se olham. E é aí que o amor nasce. Como uma criança indesejada. Vocês sabem que não podem, mas querem. E o mundo gira ao contrário, a poeira dos meteoritos começa a fazer sentido, New Armstrong jamais estará sozinho de novo. Vocês estão na lua. Ela gosta da forma como o cabelo dele enrola e espeta na cenoura crua. Ele gosta em como as unhas dela se torcem de nervosismo no avental amarelado.

Somos isso, eu e você. Formas erradas que se encontram no meio do universo, como pesos de medidas iguais em uma balança. Eu, você e os outros. Por que o resto do mundo também está inserido nessa imensa historia de amor.

Eu, você e as borboletas.

domingo, 10 de março de 2013

Esclarecimento

Só estou aqui porque queria te dizer que nunca foi apenas orgulho. Nunca foi apenas sobre o meu egocentrismo, sobre o seu egoísmo ou sobre a nossa inrolerancia. Nunca foi apenas sobre a minha mae, sobre o seu pai, sobre os nossos monstros. Te digo agora, com toda a certeza, que não foi apenas orgulho. Foi medo.

Desculpa ter de ser eu a te desiludir, meu amor. Mas eu não era orgulhosa. Eu era medrosa. 
Não era orgulho, era insegurança, era temor, era carência. Meu coração, aquele que vivia escondido embaixo das minhas milhares de camadas de tecidos protetores, se sentia sozinho e vulnerável. Você foi meu cavalheiro da tábula redonda. Você foi, por um momento, tudo o que eu tinha e mais queria ter nesse mundo. E se eu não era linda, carinhosa, meiga e atenciosa era por medo. Era por preconceito. Por ouvir sempre que quem gruda é esquecido. Que quem demonstra é pisado. Que quem sente demais, é burro e idiota e no final sempre se dá mal mesmo. 

E foi assim que você e seus carinhos e suas mãos e seus beijos e seus olhares foram parar a quilômetros de distância de mim. Foi assim que eu pus fim a um sentimento que nem o inicio ainda tinha conhecido. Você foi embora, levando minhas esperanças de manhãs quentinhas nos seus braços magros. Levando embora tudo que eu tinha medo de querer e, ainda assim, queria. Você foi embora, como uma forma da vida olhar bem pra dentro da minha alma, cruzar os braços e dizer "Tá feliz agora, minha filha?". E eu digo não pra vida, por que ela gosta mesmo de me confundir, de me esfregar na cara o quão eu sou errada e feia e torta e cheia das esquisitices improváveis aos olhos dos mundanos comuns. Você foi embora, deixando pra trás o legado de uma prova viva, um milagre divino de como eu tenho super poderes extra-sensoriais da mente e da física quântica e de milhões de babozeiras tecno-científico-lógicas que me forço a estudar. 

Você foi embora e se deu muito mal, apenas pra comprovar que minha teoria de que quem se entrega por amor se dá mal mesmo nessa vida e só tem a perder. 

Não que eu sina compaixão, saudade, alegria ou amor. 

Não me importo, sério mesmo. Nada que me instigue o interesse. Só gosto de manter coisas escritas por que assim me sinto mais leve e mais humana e mais maluca e mais mulher e mais você e mais menina. Nossas pontas soltas me enlouquecem, nossos dias abortados me deprimem. Tenho andado distraída, e  você não merece um terço dos meus pensamentos. Não que eu seja orgulhosa, mas é que tenho medo. Medo de pensar em você por três terços do meu dia e acabar virando um meio de uma pessoa quando finalmente entender que não ganho nada em troca disso. Medo de ser tão, mas tão humana a ponto de seguir o velho clichê dos errôneos sentimentalistas e incorrigíveis. Sem essa de que "humanos cometem erros". Sem essa de blá blá blá. 

Não gosto de pensar sobre a brevidade da vida, sobre a morte das relações, sobre a saudade dos dias nublados e nem sobre como fazer o futuro ser melhor do que o presente, por que o improvável, o inatingível e o sentimentalismo me assustam. Sou covarde, covarde, covarde até a última partícula das minhas células. Tenho tanto medo de ser humana que chego a querer ser bicho, e, no meu eu selvagem, perco meus pensamentos. Tenho tanto medo do arrependimento, que quase penso em fazer diferente. Quase penso em arriscar, em largar a faculdade, em mudar de terra, em cortar o cabelo. Mas tudo só quase, por que sou covarde e o mundo pertence aos corajosos. É que pensar em mudanças radicais me deixa ansiosa. Pensar em mudanças melhores me deixa assustada.

Como podem todos os outros afirmarem que a vida é linda e só se dá bem quem corre atrás? Longe de mim. Não me importo mesmo. Só queria mesmo esclarecer algumas coisas com alguns moços. Entendeu agora, rapaz?

Não que o problema nunca tenha sido você, por que foi.

Mas é que nem sempre foi apenas o meu orgulho.

Foi meu medo. 

terça-feira, 5 de março de 2013

Milésimo Projeto

Um litro de sorvete de uva passas ao rum, nove temporadas de Gossip Girl, quatro comédias românticas e uma relida em Orgulho e Preconceito depois, Becky Maddison continuava ainda se sentindo como uma porca solitária e espinhenta. Aos vinte e oito anos de idade e nenhuma perspectiva de vida, ela percebe que simplesmente não há uma solução para a existência masculina e muito menos para a dela própria.

Homens. O que eles esperavam, afinal? Que a poligamia fosse aceita como a coisa mais comum do mundo? Que fossem para o inferno todos eles e seus bícepes e suas bocas sedutoras. E seus cabelos curtos, seus dedos fortes, suas lábias enervantes. Não.

Becky agora seria, finalmente, gente grande. Mesmo que o sorvete a tivesse dado uma aparência roliça e a falta de banho tivesse produzido em sua pele umas amigas indesejáveis como espinhas. Mesmo que o idiota do Derek tivesse ido embora com seus músculos bronzeados e seu cabelo enrolado e sua língua aveludada. E que se dane aquele sotaque do sul da Inglaterra. Becky seria muito feliz e independente sozinha. Ela sabia disso. Embora não tivesse certeza de quando ou como.

Becky escreveria livros, daria a volta ao mundo, seduziria homens lindos e depois sairia em câmera lenta enquanto seus saltos prada vermelho prostituta fizessem aquele toc toc sedutor. Sim, Becky seria a mulher fatal dos contos de fada mais maldosos da literatura erótica universal.

Mas não naquele dia.

Naquele dia, ela só queria terminar seu sorvete enquanto um Sr. Darcy lindo e inglês declamava seu amor pela mocinha pobretona.