Domingos tristes, repetitivos, entediantes, merecidos. Domingos que se enchem de loucura insonsa, que nos deixam sem alegria, nem seriedade. Dias de melancolia, de monotonia, de beleza preguiçosa. Dias de nostalgia, dos teus beijos serem lembrados, das minhas palavras doerem de novo. Dias de malvadeza, de promiscuidade insaciável, de sangue que respinga pelos quatro cantos da casa. O churrasco não feito, o pão queimado, o abraço esquecido em um canto de dia mofado. Rimas que não foram prometidas, ruas que não foram construídas, vidas que não foram nascidas. E as crianças, elas existem por um ato de puro egoísmo, de alegria individualista, em ver uma criatura sofrendo nesse planeta sem rumo, sem amor, sem beleza, sem vida. Vocês, vocês procriam por diversão, pegam o dom divino e transformam em banalidade. Tudo é banal, tudo é efêmero e distante. As coisas que não são planejadas tem um gosto mais doce do que as que foram calculadas previamente. O planejamento da vida tira o gosto de viver com intensidade. A intensidade não rima com monotonia. Domingos sem emoção, sem loucura, sem beijos, sem variedade. Domingos que se passaram, que foram loucos, com beijos, emoção e intensidade. Domingo entendiante. Domingo que se desfaz no cerne da falta de planejamento dos meus dias descompromissados. Domingo triste, longo e solitário.
Sinto saudades. Saudades dos meus domingos que eram agitados. Com você, ali. Com você, aqui.
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