Eu não consigo encontrar as palavras certas para descrever esse natal. Isso é estranho. Aliás, esse natal foi estranho.
É a primeira vez que eu não monto a árvore ou coloco o papai Noel na janela. É também, a primeira vez em que eu não me sinto culpada por isso.
Não compreendo.
Esse ano eu não fiz ninguém pôr as pequenas “luzinhas” na parede e nem fiquei esperando ansiosamente pela data. Não acordei com aquele frio na barriga e também não vi o filme “Esqueceram de mim” na sessão da tarde.
Mas como é que isso não me afetou? Por algum motivo eu estou acomodada com toda essa historia... Vi a minha família reunida, ganhei alguns presentes e passei o dia todo amaldiçoando o aquecimento global por ter me trazido essa temperatura irritante do verão. E, de quebra, ainda ganhei essa linda chuva no começo da madrugada.
Não posso dizer que foi o natal perfeito, mas chegou bem perto.
E agora, quando me disponho a pensar no assunto, percebo que muita coisa mudou desde o natal passado. Talvez seja por isso que eu estranhe tanto: eu não sou a mesma.
Eu sou um fantasma do que eu costumava ser.
E, cara, isso é tão bom, porque eu sempre esperei por esse momento.
E ele chegou assim, sem nem ser convidado, logo quando eu menos queria.
O primeiro natal em que eu não lamento por um ano quase terminado – ao contrário: fico feliz em lembrá-lo.
A chuva me fez bem, o natal me fez bem, as luzes das casas alheias me fez bem, os programas de natal na televisão me fizeram bem, o sorriso das minhas sobrinhas me fez bem, o panetone me fez bem... O simples fato de estar viva me faz bem.
Essa sou eu? Aquela garotinha nerd-melancólica está... Tranqüila?
Esse, definitivamente, é o natal mais estranho da minha vida.
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