Índios habitavam em paz as suas ocas
Até que as raposas deixaram suas tocas
Vieram pelo mar com a cruz e a espada
Pra roubar e violentar a nova terra imaculada
Pretenciosos, senhores da razão
Queimaram na fogueira o valor da intuição
Extermínios, catequeses e a 'Santa' Inquisição
São séculos de crimes, tortura e escravidão
Navios negreiros não cruzam mais o oceano
Mas o trabalho e o dinheiro continuam escravizando
Impondo ao mundo a cultura do capital
Materialismo, acumulo e o pensamento individual
Abstrairei os ataques da propaganda
E os valores egoístas que eles vêm para pregar
A mentira secular de trabalhar para viver
E a rotina angustiante de viver pra trabalhar
A concorrência de mercado e a histeria produtiva
A sociedade de consumo e seu sentido sem sentido
Marginalizam o ócio e a vida contemplativa
Sufocando almas num deserto criativo
Navios negreiros não cruzam mais o oceano
Mas o trabalho e o dinheiro continuam escravizando
Impondo ao mundo a cultura capital
Materialismo, acúmulo e o pensamento individual
O sangue e o suor os povos do mundo inteiro
São oferendas colocadas no altar do Deus dinheiro
Mas essa forma de existência desumana e limitada
Será em breve abolida e pelo amor superada
Um fato sabido é que o luxo só existe às custas de muita miséria e o bem-estar social é privilégio de poucos, que se pratica uma lavagem cerebral disfarçada com o nome de entretenimento, mas mesmo diante da maior das atrocidades não experimentaremos sentimentos como o ódio e o desprezo. Ao invés disso nossos corações transbordarão amor e compaixão.
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