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segunda-feira, 30 de maio de 2011

"Comei-vos e Multiplicai-vos"

E é sempre assim que funciona quando eu olho profundamente para aqueles dois, enormes e calorosos olhos da minha "filha" felina: um sentimento de alegria, amor maternal talvez e uma imensa felicidade. Uma lealdade dificilmente encontrada em tantos seres-humanos. Uma notória incapacidade de formular palavras que contenham a minha linguagem, alem da terrível falta do polegar. Ela também contem aquela ininteligível capacidade de fazer contas. Mas hey, eu também não tenho capacidade de formular uma equação de segundo grau sem a ajuda de alguém e nem por isso sou tachada de irracional.

O nome dela? Shakira. Minha gata de três anos de vida. Sua função? Ser minha única companheira quando a casa fica sozinha, minha heroína inconsciente de seu incrível poder de me deixar mais animada pelo simples fato de correr desesperadamente pela casa atrás de algum pedaço de papel, como se jogasse futebol. Alem de me acordar todos os dias, no mesmo horário do meu despertador, com aquele irritante e nebuloso som do "miau".

Sentimentalismo a parte, quando penso nessas coisas, ha apenas dois sentimentos que me invadem: afeto e revolta. Afeto pelo fato de amar meu bichinho de estimação. Revolta por saber que muitos outros iguais a ela estão sofrendo maus tratos e crueldades. Pior: muitos outros de sua mesma espécie estão sofrendo genocídios atrozes e violências nefastas sem terem o mínimo direito de defesa.

E então me perguntam: "Por que tu és vegetariana? "

Oras! Se você nunca escutou aquela famosa frase "Penso, logo existo", então realmente nao entende minha atitude.

Se tenho capacidade de amar a um animal, como irei ter capacidade de come-lo?

Isso não soa meio sádico? Quer dizer, o que me inibe de cometer a mesma hipocrisia com relação a seres humanos? Se amo minha família de seres humanos, logo, posso come-los.

O que me impede de fazer isso? O fato de que ninguém cria matadouros para seres humanos desde a segunda guerra mundial? Ou o fato de que ninguém ainda teve a brilhante ideia de lucrar com a venda de nossas peles e carnes para o bem de seres mais racionais que nos?

Ok, me desculpem. Esqueci que devo ter respeito em relação as escolhas dos outros. Mas sejamos sinceros: O canibalismo nada mais é do que uma repetição brusca de nossa já errônea alimentação.

Então por que se importar?

Longe de querer blasfemar, mas mudemos um pouco as palavras daquele famoso livro escrito ha algum tempo atras, o qual dizia que deveríamos crescer e nos multiplicarmos.

Segundo onívoros, devemos comer-nos e multiplicar-nos.

Alguém ta afim de um churrasquinho?


 


 


 

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