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quarta-feira, 13 de junho de 2012

Confissão Daquela Que Te Ama

Te vejo e sinto medo. Medo de cair diretamente no chão frio da decepção. Teus olhos ardem assim como a malícia que me consome. Percebes? Te vejo e sinto perigo. Alerta vermelho, luzes piscando, furacões destruindo meu mundo cor-de-rosa todo construído com tijolos de vidro. Tu és o monstro que me quebra aos poucos, que me empurra oxigênio nessas narinas congeladas que já não respiram. Tu és o culpado pela ardência, pelo fogo que destrói meu equilíbrio. Oh, e como te odeio por isso. Sou eu vendo milhões de bombas atômicas sendo arremessadas incessantemente nas paredes fortes que protegem meu comodismo. Sou eu sendo forçada à violência do teu desejo meio doentio, meio psicótico, meio impossível.

Te peço amor e recebo beijos. Que beijos são esses, meu Deus, que libertam de mim as minhas feras? Que perfume é esse que desperta em mim os meus monstros? Te peço uma dose de amor, e recebo uma porrada de paixão. Tu me disseste que odiavas o morno, por isso queima na temperatura máxima. Queima tudo, a ti, a mim. O mundo que dorme enquanto eu ardo nesse incêndio que há nos teus braços. Queimamos juntos, nisso que eu penso ser amor. Nisso que pra ti é supérfluo como qualquer outra relação banalizada, como mais uma fogueira que irá se apagar depois que clarear o dia.

Tu, a morte da minha vida recheada de mesmices, tu que roubastes meu sossego, onde estás agora? Fostes embora e já ei de me ter esquecido. Vai-te ser terrível, vai-te, oh, repugnância minha. Vai-te e leva junto essa dependência viciosa que está definhar minhas feições. Vai-te e deixa-me viver no que me é tranquilo. Ou venha e mate-me de vez no fogo. Mas, por favor, liberta-me da tua indecisão.

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