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sábado, 10 de setembro de 2011

Inverno Polar

Em algum lugar dentro das minhas orbitas, circulam lagrimas não derramadas.

E, de repente, a luz acesa não serve mais como arma para afastar os monstros da escuridão.

Quando todas as almas descansam, a minha, inconformada e agitada, insiste em manter-se em constante movimento durante a noite inteira, impedindo-me de pregar o olho um segundo se quer.

Resta-me apenas pedir aos anjos que cuidem do meu sono febril e amorteçam a queda angustiante de minhas alegrias.

Esperar por ares que ha tempos não me envolvem e por felicidades que insistem em manter-se num futuro improvável e misterioso.

Oh, e por que eu insisto em discar teu numero e jogar meias palavras fora, mesmo sabendo que a minha garganta estará impossibilitada de falar?

Porque, no fundo, eu sei que é infinitamente mais reconfortante te prender a um telefone em silencio e me fazer acreditar que ainda te tenho, do que passar o dia inteiro sem ter qualquer espécie de ligação a ti.


 

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