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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Sobre não amar

Vamos escrever sobre o amor. Por que sempre sobre o amor? Vai, me diz, por que sempre o amor? Por acaso ele tem um corpo mais definido do que o ódio? Por acaso ele tira as notas mais altas do que a tristeza? Então... Se ele não é o tal "bonzão" de tudo, por que sempre tem que se falar sobre ele? Sempre as mesmas repetições e contradições e rimas e canções e esquecimentos e, no fim, sempre o mesmo ódio. Eu te amo, eu te odeio. Simples assim. Oh, meu amor, ficarei contigo pelo resto da eternidade! Oh, meu amor, te amarei para sempre. Oh meu amor, você nasceu pra mim e eu nasci pra você. Oh, suspiros, suspiros. Olhares confusos. Oh rubor. Oh, oh, oh. Que coisa mais bizarra. Todas essas histórias e contos e maluquices de pessoas que amam. E pra piorar ainda fazem questão de esfregar isso na cara de todo mundo. Por que ninguém pode ser poético na tristeza? Por que ninguém pode cantar sobre sua ira?

Alô-ô, nunca ouviram falar de Edgar Allan Poe, idiotas Mario Quintanesses? Existe vida depois do tal do amor. Sabiam? Existe, existe sim. Lá, no fim do arco-íris quando se chega na chuva e na névoa. Tem, tem uma estrada lá também. Mas ninguém quer isso né. Vocês só querem chorar pelo amor imenso que guardam dentro de vocês. Então guardem, masoquistas. Isso mesmo. Mas não venham choramingar depois que o amor das suas vidas sair correndo com outra pessoa do lado e ela provavelmente fará questão de dizer que é melhor do que você em alguma coisa. A vida é assim. Num dia são suspiros e amores e no outro a gente se dá conta dessa condição patética. Como que dizia o poeta mesmo? Ah, sim, todas as cartas de amor são ridículas.

Meu Deus, por que temos de amar?

Chega, chega de amor. Falemos sobre a tristeza, cantemos sobre o ódio. Onde está meu livro do Edgar Allan Poe? Oh, onde estará meus livros de Lord Byron?

Oh Byron, encontrei você. Onde esteve? Te amo tanto...

Droga.

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