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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Mudança

Mudei. E isso é tudo o que eu tenho certeza nesse exato momento, às treze horas e vinte e três minutos desse dia 22 de agosto muito nublado de dois mil e treze. Mudei. Não sei mais ser simpática com pessoas vazias. Não sei mais me esforçar pra conseguir o afeto de pessoas que não me acrescentam. Eu sei, isso parece frio quando exteriorizado, mas é a verdade. Cansei, cansei, cansei e cansei. E nem é como se fosse uma decisão tomada a sangue frio, por que não foi. Na verdade, aconteceu de uma maneira que não notei, de tão lenta. A mudança veio crescendo dentro de mim como uma onda calma, subindo para os meus sentimentos e definindo as minhas atitudes. Mudei. Não quero mais falar sobre as luzes do cabelo dela, ou sobre o namorado que engordou três quilos da irmã da outra ou sobre a viagem feita à Paris naquele final de semana quente que não tinha nem um sorvete pra se tomar. Cansei. Não quero mais saber o resumo dos últimos dez seriados mais vistos segundo a "People", não quero saber qual atriz de Hollyood deixou de tudo pra se casar com o garimpeiro da cidade do lado, não quero mais ouvir quais são as cores dos esmaltes mais usadas na Europa. Cansei. Superficialidade demais, sufoca. Conversa fiada cansa. Pessoas que fingem viver sem sentir, não me fazem mais diferença. Cansei. Não digo isso como uma decisão, mas como uma conclusão. Não me empolgo mais em iniciar conversas que não ultrapassam o olhar frio de quem está ali só em corpo. Meu círculo de contatos precisa de mais coração, de mais olhares, de mais sintonia, de mais humanidade. Cansei. Não quero robôs a minha volta. Não quero ser robô a volta dos outros. Quero as pessoas como são, cruas, selvagens, animais, doces. Cansei. É aí que a minha felicidade sincera começa. E como é bom ter um pouco de honestidade nesse mundo, no meu mundo, dentro de mim.

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