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domingo, 1 de junho de 2014

Never More

As pessoas continuam sendo decepcionantes. Não importa o quanto eu procure, o quanto eu acredite, o quanto eu me importe. As pessoas continuam com as mesmas respostas, os mesmos atos, os mesmos erros. Não importa o bairro, a causa, o sexo, a cor, a classe social. Não importa nada, nenhum rótulo, nenhum preconceito é forte o suficiente para tornar as pessoas melhores. Infelizmente a alma não pode ser comprada, o caráter não pode ser moldado por cirurgiões plásticos, o coração não pode vir importado de algum mundo melhor. A única coisa na qual eu consigo pensar nessa maldita manhã de domingo é sobre quão burra eu consigo ser. Bebi, de novo. Acreditei, de novo. Esperei, de novo. Por que? Por que meu Deus? Pra provar que eu sou como todo mundo? Pra provar pra todo mundo como eu sou? Pra aumentar o peso do meu ego? Pra sufocar a minha baixa auto-estima? E o amor próprio que se foda. E meu sexto sentido que se exploda junto. E a minha percepção sobre o que deve ser feito ou não que desapareça. É isso que as pessoas fazem: Elas se divertem. Eu só não consigo entender por que encaro a arte de ser uma pessoa normal como algo tão complicado. Chega a ser absurdo.
Fazer amigos é difícil. Ser engraçada é difícil. Ser bonita é quase impossível. Ser inteligente é um desafio. Ser aceita, incluída, desejada. Tudo uma questão de luta em cima de luta. Maquiagem certa, roupa certa, fala certa, dose certa, movimento certeiro de quadril. O bom e velho instinto selvagem comandando as modernas relações humanas. A maldade pré-histórica da gente dominando cachoeiras artificiais. É isso. Fazer amigos é a coisa mais difícil do mundo e eu estou me aposentando. Never more. Chega. Meus livros são muito mais fáceis de lidar. Never more. Never more.

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