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segunda-feira, 23 de junho de 2014

O Brasil e o Segundo Sexo

Vivemos em uma cultura patriarcal, ou seja, uma sociedade onde o homem controla e produz suas próprias regras. A mulher, sendo considerada como parte figurante no processo socioeducativo, raramente tem seus ideais, suas metas e suas concepções levadas em consideração. O machismo tem suas raízes cravadas nos costumes brasileiros desde a época do descobrimento, quando os europeus invadiram nossas terras e trouxeram, junto com a violência, seus costumes cristãos e sua educação já baseada em um sistema de leis compostas pelo patriarcado. Como bem assevera Simone de Beauvoir, a mulher, desde as épocas mais remotas da história da civilização humana, foi considerada um “outro”, um ser ambíguo, diferente da simplicidade masculina, tendo sido, ainda na idade antiga como bem lembrado por Aristóteles, considerada igual aos animais ou aos escravos, alguém que tinha nascido inferior e tinha, como destino, o dever de servir ao homem. De acordo com tal histórico, o Brasil não está livre de tamanho arcaísmo, composto por leis que beiram a hipocrisia. Um país que assevera no artigo 5º da constituição federal o direito a todos os cidadãos de igualdade e equilíbrio. Uma população medrosa e preconceituosa, que busca suas virtudes a partir de uma visão pré-formulada. A população brasileira (se não a mundial) é manipulada pela mídia e tem, na sua base educacional, a divisão desigual de determinados comportamentos entre os gêneros, baseando-se em fórmulas superficiais de controle estatal que beiram o ridículo. A mulher, está sempre no limiar da falsa concepção de liberdade, tendo o “dever” subentendido de ser submissa, comportada, “prendada” e devidamente calada diante de um Estado opressor. O que a pesquisa revela nada mais é que uma constatação obvia, escondida pelas entrelinhas de uma constituição hipócrita.

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