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quinta-feira, 12 de junho de 2014

The Scientist - Coldplay

Por favor, me leve de volta ao início. Por favor, não deixe que se acabe. Eu imploro. A você, a mim, a Deus, ao SUS. Chame uma ambulância, concerte o meu coração. Remova minhas cicatrizes. Eu preciso me erguer, deixar que se reconstruam os meus ossos quebrados. Ele está morrendo. O sentimento, em coma. Suas palavras não fazem muito por mim agora. OS aparelhos estão gritando. Um bip atrás do outro. O batimento cardíaco está instável. A respiração está fraca. Por favor, não deixe que isso se vá. Esteja aqui. Banque o velório. Desculpe por pedir muito, mas acho que o amor precisa de um funeral decente e no momento eu não tenho forças para lidar com isso. Eu estou inerte, não há nada a fazer. Está morrendo, eu sinto. Sua voz, uma anestésico viciado. Não há nada que faça efeito. Seus olhos, um brilho apagado. Suas mãos me arranham, o carinho perdeu o sentido. O amor está morrendo. Por favor, me leve de volta ao início.`Por favor, apague as minhas memórias. Reinvete-se dentro de mim. Mude as suas atitudes, faça novas memórias. Deixe que o amor viva livremente, não permita o coma. Uma auto-indução. Medicamentos. Eu durmo em um torpor de drogas controladas. Meus enjôos servem de bode expiatório. Um anestésico no estômago para que o amor não doa. Por favor, não deixe que se acabe. Você, suas flores. As noites em claro, risadas, música boa. Por favor, me leve de volta ao início. Eu não quero que acabe. Estou numa luta solitária, então por favor, me diga que é recíproco. Eu preciso que você lute comigo. Segure minha mão. Entre no meu quarto, convença-o a ficar. Diga que você está aqui, cante aquela música boba. Diga que você não desistiu. Erga o meu colchão, injete drogas novas. Lute até o final, fique. Não deixe que isso morra. As paredes estão quebrando, tem rachaduras nas veias. Eu não posso me segurar sozinha. Um abismo em frente à minha cama. Os bips não param, embora lentos. Uma parada cardíaca, seus beijos não funcionam. Por favor, lute. Por favor, me leve de volta ao início. Antes que o fim aconteça. Fale sobre o início. Diga que lutamos demais pra que se acabe. Uma injeção de ânimo. Por favor, lute comigo, segure minha mão, me convença a ficar. Conquiste de novo o amor que morre. Você está tão inerte quanto eu. Vamos voltar ao início, refazer as memórias. Vamos começar novamente. Por favor, não morra. Eu não posso deixar que isso morra. Eu não tenho como bancar um funeral sozinha. Por favor, me leve de volta ao início. É uma vergonha que se acabe. Um bip que se expande. Você apenas observa, suas mãos caídas ao lado do corpo. Você apenas observa enquanto o abismo suga nossas memórias. Eu me mantenho inerte. Indiferença.

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