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domingo, 13 de fevereiro de 2011

30 segundos



 

Lembrei agora de algo que eu sigo desde que li o livro "Código da inteligência" de autoria do Dr.Augusto Cury: "Para aprender a controlar as suas emoções mais fortes, como a raiva produzida pelos traumas - registrados em "janelas da memória" - você deve se concentrar em coisas calmas para que não seja derrubado por toda essa avalanche de sentimentos e desespero que queimam consideravelmente enquanto você pode cometer crimes desastrosos ou pronunciar palavras dolorosamente inesquecíveis."

O fato e que, ultimamente, eu não tenho sido muito boa com o negocio dos "30 segundos". A fúria e a ira ganham posse de cada centímetro do meu corpo e de repente, minha alma fica cegamente confusa diante das palavras metralhadas em meus ouvidos. O cenário torna-se distante e diante de mim, tudo o que eu consigo ver são trevas envolvidas por um manto de injustiça. No meio do caos, e muito comum aparecer aquela já minha velha conhecida, chuva acida, trazendo consigo todas as lamentações e deprimentes pensamentos pessimistas que eu carrego. Meu coração então afunda na miséria, enquanto um sorriso - ora sarcástico, ora lamuriante - escapa de dentro das minhas entranhas, corroendo meus ossos com uma auto-hipocrisia tão incrivelmente forte, que chega a ter o mesmo resultado de sedativos: causando uma estranha onda de calma e sono constante.

E então... bem, aparecem os anjos.

Não me refiro a anjos convencionais com cachinhos dourados e divinos semblantes. Estou me referindo aquelas pessoas - amigos, familiares... Você - que aparecem do nada apenas para que eu possa entender que a minha limitada visão de existência nesses momentos infelizes, não passam de uma "fase".

E isso: apenas uma fase.

Como nos jogos de videogame, quando eu tinha que jogar avidamente ate conseguir matar um chefão e terminar com o jogo de uma vez por todas. Mas, diferentemente dos jogos, na vida real - na minha vida, para ser mais precisa - passar de fase envolve não só a minha satisfação, mas a de pessoas que eu amo também. Tudo envolve pessoas que eu amo. E disso que minha vida e feita: fazê- los felizes. E o meu medo? E de falhar, machucar, cair em ação. Deixa-los tristes ou decepcionados faz de mim um monstro, ou melhor, cria em mim um monstro. Uma espécie de "Frankeinstein" que continuamente volta ate mim, para que eu me lembre de que tudo isso e uma questão de orgulho e altruísmo.

Se não bastasse minha família e meus amigos, agora isso também envolve uma pessoa que entrou nessa loucura por livre e espontânea vontade, dando a mim a felicidade em dobro e ao mesmo tempo, a angustia em dobro. Então, creio que seja razoável de minha parte, como futura defensora da justiça desse pais, apontar o que e justo ou não com as pessoas que eu amo. E isso inclui o que elas fazem por livre arbítrio. Como o que você esta fazendo.

Permitir sacrifícios da sua parte, apenas indica o que eu sempre suspeitei que aconteceria: seu arrependimento. E cedo ou tarde isso vai vir, se não for agora, depois.Entretanto, temo que seja irrelevante tratar de tal causa neste momento, uma vez que e praticamente impossível voltar atrás e fazer com que tudo isso tenha o futuro correto.

Espera.

Correto?

E o que seria o "correto"?

Acho que a essa altura, nos dois sabemos.


 

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