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sábado, 6 de outubro de 2012

Fogo e Pólvora

Eu te amo. Mas eu não sinto mais isso. Ta, desculpa, eu deveria ter explicado antes de dizer isso tão diretamente, mas as coisas são assim. Eu... não sei mais como explicar tudo isso. Numa hora eu estou criando diversos devaneios sobre nosso possível futuro e na outra eu estou questionando a minha capacidade de acreditar em um futuro que provavelmente não vai existir. Dizem que o amor nunca deve ser conjugado no passado. Mas isso se for o amor de verdade. Aquele que nada derruba, nada questiona. E o nosso amor? Ah cara, nosso amor foi muito questionado e muito derrubado diversas vezes. Teve desconfiança e discussões por muito tempo. E mesmo assim, era amor. E se o que eu to pensando vai realmente acontecer, então eu continuo dizendo que era e é amor.

Eu não te amei, eu te amo. Agora e sempre. Não da mesma forma, até porque eu acredito que não amamos as pessoas do mesmo jeito e também por que o sentimento é uma coisa que nunca acaba, apenas se altera, mas definitivamente continua sendo amor. Vai, pode dizer que são pensamentos clichês, que são frases retiradas de algum livro. Mas eu não me importo. Por que é verdade. Eu não sei se o que tu sente por mim é amor ou se era, o que nos leva novamente à questão do ser ou não ser amor verdadeiro. Mas a verdade, aquela que vai ficar nos nossos corações pelo resto da vida, é aquela que somente tu e somente eu saberei. O que se passa por dentro, não por fora. Deixemos de palavras e prestemos atenção nos sentimentos. Eu te amo. Eu te amo. Qual a dificuldade em perceber isso?

É amor. Inegavelmente amor. Irremediavelmente amor. Simplesmente amor. Ironicamente amor. Merecidamente amor. É amor.

Mas não o amor com o qual estávamos acostumados, e sim aquele que sempre tivemos, lá no fundo, disfarçado em nome do desejo e da paixão. Era amor e sempre foi e continua sendo. E isso nos assusta por que nos achávamos incapazes de nos amarmos desse modo, mas não somos. É o amor da confiança, da parceria, da cumplicidade. E o que nos fez ver isso, foi a tentativa falha de alimentarmos nossa sede carnal. Eu deslizando por tuas mãos, e tu se prendendo nas minhas. Furiosos, famintos, malucos, apaixonados, fugazes. Acabamo-nos. Como fogo e pólvora que num beijo se consomem, já dizia Shakespeare. E, já que citei isso, acabo de me lembrar também de que nossas alegrias foram bem violentas. E alegrias violentas, tem finais violentos.

E o final? Acho que já disse.

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