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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O casamento das feiticeiras

Antes do início do mundo, havia outros mundos. Assim como antes do início da nossa Galáxia, havia outras galáxias. E em uma dessas galáxias, existiam mundos distintos, com povos distintos. Até que a Terra foi criada e a lenda de um ser superior se espalhou por todos os continentes e pela mídia interplanetária. Os povos estavam malucos para conhecerem o novo planeta que havia sido criado, na esperança de que pudessem evoluir. Mas eles não podiam viajar de sua terra natal para todas as outras terras ou mares ou céus. Mas deixemos a etapa de Star Wars de lado. A questão é que, existia uma menina. Ela era muito triste e seus olhos tinham cor de chuva. Sempre chovia perto dela. Era toda escuridão e melancolia. Mas era feliz assim. Em outro planeta, existia um menino. Ele era muito alegre e seus olhos tinham cor de terra. Sempre fazia sol perto dele. Era todo luz e docilidade. Mas era um pouco triste assim. Então, um belo dia, enquanto ambos visitavam outro planeta um planeta cheio de nada e de coisas ocas e de um vazio e silencio ensurdecedor, conheceram-se. Houve, de inicio, um impacto muito forte. Raios solares iluminando diretamente nas trevas. Isso assustou tanto a menina, que ela preferiu fechar os olhos enquanto falava com ele. As trevas dela o encantavam, de certa forma. O atraíam. Então tornaram-se amigos. Com o tempo, ela transformou a tristeza dele em felicidade e ele afastou dela toda a escuridão. Ela o ensinou a tomar banho de chuva, a entender o que sentia, ver a escuridão dos outros e encontrar luz. Ele a ensinou a permitir que a luz entrasse pelas frestas da casa escura, a sentir felicidade de uma forma plena e altamente saudável. Eles se apaixonaram. E uniram o impossível. E foram felizes por algum tempo, até que, por conviverem de mais, os raios da luz começaram a machucar a escuridão. A chuva começou a evaporar, e ela sentia que, gradativa e lentamente, algo morria dentro dela. Começaram, sem querer, a entrar um no campo físico do outro. A escuridão dela começo a manchar a brancura da aura dele. E isso quase o matou. A união se tornou no que era previsto: Destruição. Estavam matando um ao outro para ficarem juntos. Até que não restou nada além de uma vida vegetativa. De uma união vegetativa. Os dois resolveram ficar distantes um do outro da forma mais rápida possível e se mandaram pra Terra, mesmo que quebrassem as regras. Dizem que foram amaldiçoados desde que deixaram a outra Galáxia para vir morar na Via láctea. Ele foi privado do planeta, com a única função de iluminar e aquecer. Ficou bem ali na fronteira entre o espaço e a vida, sendo obrigado a observar tudo sem nunca poder viver de fato. E ela se transformou no orvalho noturno, podendo sentir, mas sem nenhuma outra função além disso. Ficaram separados drasticamente, só podendo haver união quando as nuvens, como cupidos, os uniam pela química da evaporação.

E desde então, o povo da Terra tem sido abençoado com a luz e as trevas e todos os provérbios e medos e poemas que têm sido elaborados a partir delas. E ninguém nunca esquece dos raros dias em que essas duas forças se unem pra formar o arco-íris. Ou de quando ambos coexistem na mesma hora, formando sol e chuva juntos. E de como é bonito presenciar essa intensa e sobrenatural forma de nostalgia romântica.

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