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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Sem título


 

Não adianta escrever mais nada. Você não vai ler. E as palavras estão vindo em vão, tristes. Um som abafado pelo choro que não virá. Um cão latindo em um futuro que se despedaça na minha frente. Vejo duas estradas bem distantes uma da outra. Um menino sangrando no chão à esquerda. Uma menina segurando um punhal na estrada à direita. Ele corre, ela chora. Ele voa, ela rasteja. Ele odeia, ela ama. Talvez esse tenha sido o meu erro. Talvez eu tenha amado demais. Louca, imprudente, estúpida. É assim que vai ser. É assim que termina.

Na tela do cinema, letras douradas emolduram um "The End" de uma comédia romântica repetitiva e clichê. E os atores ficavam tão bonitos juntos. Tão convincentes. Tão apaixonados. Mas não posso pensar nisso, caso contrário ficarei triste. Tarde demais, já estou triste. Sou a expectadora emocionada da primeira fileira das poltronas verdes. Não, sou a vilã que some na estrada oposta ao fim do filme. Sou ambas. Sinto nojo dela. Sinto nojo. De mim.

 

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