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sábado, 7 de abril de 2012

A grande tragédia da minha vida

Era uma tragédia. A minha vida toda, todos os meus anos com esse corpo, tudo que tinha me acontecido era uma tragédia. Eu estava num pesadelo sem fim. Eu estou num pesadelo sem fim. É por isso que minhas mão soam quando eu acordo, é por isso que as maçãs do meu rosto ficam vermelhas durante o dia, é por isso que o meu sorriso não sai da minha cara. Por que minha vida continua sendo uma tragédia. E eu sinto náuseas e dores nas costas. Meu pescoço parece que vai quebrar, meu estômago não para de assobiar. É tudo uma tragédia. O amor é uma tragédia que vive me incomodando. Ele entra dentro de mim, quebrando todas as minhas costelas, esmagando meus músculos. E eu sou um fantoche nas mãos dele. Um fantoche ridículo e feliz. Ser feliz é uma tragédia romântica, uma sorte melancólica. Ninguém pode ser feliz, por que a felicidade não é um estilo de vida ou um emprego. A felicidade é um objetivo a se conquistar.

Mas e o que acontece quando a gente alcança a felicidade? Será que a vida acaba? Será que é por isso que eu tenho um vício tão grande em estar sempre triste e cheia de lamentações? Que ridículo! Que ridículo estar feliz. A mera menção de tal acontecimento chega a beirar os recônditos do absurdo. Imagine só! Ser feliz. Não... Ser feliz deveria ser proibido. Deveria ser crime. Ninguém merece ser feliz, por que daí a essência da busca humana acaba. E todo o resto não passou de um grande descuido do destino, de um marketing superficial sobre o que ela realmente significa. Então ser feliz é isso? É morrer para uma vida inteira de cegueira?

Mas eu estou viva. Viva. Eu nunca estive tão viva em todo esse grande espaço de tempo que chamei de vida. Por que nada daquilo significa mais. O que significa é essa felicidade absurda, proibida e ridícula que me derruba no chão com toda a força do mundo. Estar feliz é quase tão ruim quanto estar triste. Por que estar triste nos dá a opção de sermos racionais e realistas. Mas estar feliz não nos da opção. A gente simplesmente acha que a realidade é linda e que o mundo é incrível e deu. E eu não odeio mais a livraria cultura, não odeio a oi, não odeio os casais melosos. Todos eles são lindos. Todos os pássaros do mundo cantam bem. E eu sou uma fantoche ridícula que tem um sorriso idiota no rosto.

A grande tragédia da minha vida foi te conhecer, por que sem ti eu tinha o privilégio de ser triste. Mas tu não me dá opção. E eu não gosto disso. Ser feliz deveria ser crime, pra me punir desse absurdo. Ser feliz é uma tragédia que me fez morrer para a minha vida de absurdos tristes e me obrigou a renascer para algo lindo e puro. E eu odeio coisas lindas e puras. Odiava. Hoje eu só consigo amar. A tudo. A todos. A ti.

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