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quinta-feira, 1 de março de 2012

Quando não se sente nada

Quando não se sente nada, a felicidade se torna uma sensação muito subjetiva. Ás vezes, quando ela quer se comunicar comigo, sinto um sopro leve em cada canto dos lábios e automaticamente contraio meus músculos faciais de forma a deixar meus dentes tortos aparecendo de relance. Chamam isso de sorriso. Daí toda vez que a felicidade sopra no meu rosto, eu sorrio. De leve, timidamente, como quem não quer nada. Por que eu sou alguém que realmente não quer nada. Já quis uma vez. Mas o querer me atormentou de tal maneira, que não quero mais. Não quero o que? Não sei! Só não quero. Por que não há o que querer. A lógica da vida é tão confusa que atrapalha a minha matemática. Vou querer o que se não há o que querer? Tudo tão simples.

Quando não se sente nada, a tristeza se torna uma sensação muito subjetiva. Ás vezes, quando ela quer se comunicar comigo, sinto um sopro de leve em cada uma de minhas pupilas oculares. Sinto algumas contrações na minha garganta e um aperto sem tamanho nos meus pulmões. De repente, meus olhos ficam umedecidos, para evitar a ardência que se espalha pelo rosto. Chamam isso de chorar. Daí, toda vez que a tristeza sopra nos meus olhos, na minha garganta e no meu peito, eu choro. De leve, timidamente, como quem não tem pelo que chorar. Por que eu sou alguém que realmente não tem pelo que chorar. Já tive uma vez. Mas o ter me atormentou de tal maneira, que não tenho mais. Não tenho o que? Não sei! Só não tenho. Por que não há o que se ter. A fórmula da vida é tão confusa que atrapalha a minha fórmula física. Vou ter o que se não há o que se ter? Tudo tão simples.

Quando não se sente nada, o amor se torna uma sensação muito subjetiva. Ás vezes, quando ele quer se comunicar comigo, sinto um caminhão inteiro passando por cima do meu corpo. Ardência nos olhos, sopro nos lábios, socos no estomago, fogo nos joelhos. Dói tudo. De repente, eu fico destruída e gosto disso. Chamam isso de amar. Daí, toda vez que o amor me atropela que nem um caminhão e machuca todo o meu corpo, eu amo. Com força, sem a mínima prudência, como quem não tem o que amar. Por que sou alguém que realmente não tem muitos a quem amar. Já amei uma vez. Mas o amar me atormentou de tal maneira, que não amo mais. Amar o que? Não sei. Só não amo. Por que não há o que se amar. A poesia da vida é tão falsa que atrapalha a minha prosa solitária. Vou amar o que se não há o que amar? Tudo tão simples.

Quando não se sente nada, as coisas fazem mais sentido. E a gente percebe que metade do mundo é composta por idiotas. Não importa quantas poesias e versos tentem desmentir isso.

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